domingo, 21 de dezembro de 2014

Rapidinhas do pós-adolescente



-... Mas é verdade - dizia uma colega para mim e um outro amigo. - Dizem que quem é bastante musculoso, extremamente obsessivo por malhação e que sempre quer ficar mais e mais grande é porque tem o pênis pequeno.
- Eu já ouvi mesmo essa teoria. Talvez seja por isso que eu nunca tenha tido vontade de ficar bombadão; - Disse, fazendo-os  riem.
- Ah mais também não é bem assim - constatou meu amigo. - É o mesmo que dizem sobre o tamanho dos pés o que eu discordo.
- Claro, não estou dizendo que todos os caras extremamente musculosos tem o pênis pequeno - começou a se defender a minha colega. - E em relação ao tamanho do pé, isso não tem nada a haver mesmo.
- Também acho - concordei.
- E eu tenho certeza disso - confirmou o meu amigo . - Pois eu mesmo calço 44 e tenho um pau minus...
Neste instante  ele parou e aquele silêncio constrangedor sobressaltou. Logo em seguida minha colega e eu começamos a rir, não por deboche e sim sobre o "sarcasmo", embora eu tenha sentido uma frustada sinceridade em suas palavras.
" Agora entendi porque o seu apelido é Dedinho" pensei.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Os cinco estágios do " Acho melhor terminarmos "



Não sei se vocês sabem, mas existe, de acordo com o Modelo  de Kübler-Ross, cinco estágios que as pessoas passam quando estão em sofrimento. Seja por uma tragédia, luto, perda abrupta ou por descobrir que seus créditos acabaram justamente quando você precisa mandar uma mensagem - é muito triste. - O conceito é chamado de Os Cinco Estágios do Luto. Porém, sua denominação poderia ser trocada perfeitamente pela Os Cinco Estágios do "Acho melhor terminarmos"


1 - Negação

" Acho que não entendi o que você falou."  Mesmo tendo compreendido primorosamente o recado, provavelmente está será a sua primeira fala.Você se negará a aceitar que está levando um pé na bunda, que está sendo jogado pra escanteio, pisado feito inseto, descartado como camisinha usada.


2 - Raiva

" Mas por que você quer terminar!!!!? Isso não é justo. "  É claro que você ficará com raiva, extremamente com raiva, fulminando, furioso, AH VAI TOMAR NO CU! O correto era não demostrar, nitidamente, a cólera. Manter uma postura firme e fria. Mas é quase impossível adotar uma serenidade completa nesses casos.


3 - Negociação

" Me dê uma chance. Eu posso mudar. Por favor, não precisa terminar assim. " Você tentará contornar a desagradável situação em uma falha barganha. Esquecerá a velha e boa dignidade, atropelará  o amor próprio e usará todos os  truques e manobras  emocionais para tentar converter a inexorável decisão - só aconselho a não se ajoelhar.


4 - Depressão

" Ah mais por que? Eu sou tão bonito, interessante, charmoso e legal - esse estágio realmente é o da depressão, mas também poderia ser da auto-enganação, mas enfim. -  Não entendo, não entendo... preciso de mais uma garrafa!!! " Você se questionará, tentando encontrar o motivo pelo rompimento. Trancado em seu quarto em uma situação deplorável, em meio a lágrimas,  bebidas e músicas extremamente melódicas e depressivas, você sentirá que sua vida não tem mais sentido.


5 - Aceitação

" Quer saber ? Que se foda. Chega de palhaçada, de Mi Mi Mi. É hora de partir pra outra " E por fim a aceitação de que tudo está acabado, que não há solução, que o melhor é seguir em frente, que da próxima vez será diferente e que tudo dará certo -  pobre ilusão.



terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Rapidinhas do pós-adolescente









- ... Eu não estou sendo arrogante - disse para o Victor, um amigo que não via há algum tempo.
- Ah tá sim, admita - ele sorria maldosamente -, admita que toda vez que você conta que já te convidaram duas vezes pra ser  modelo você sente uma certa arrogância.
- Claro que não - me defendi, rindo da expressão contrária que ele fazia ao me ouvir. - É sério. Eu não fico falando pra todo mundo que dois olheiros me convidaram  pra ser modelo. Sendo que da primeira vez  eu tenho certeza que o cara deveria ser um maníaco sexual ou psicopata que sequestra pessoas para roubar os seus órgãos e a segunda vez, que foi uma mulher, ela provavelmente sofria de catarata, embora ela tenha me dado um cartão de uma agência que de fato existe.
- Ta vendo, ta vendo - apontou o meu amigo. - Você gosta de contar. Você até diz os detalhes mesmo já tendo me contado antes.
- Ah Victor, sério, eu não sinto arrogância ou prepotência. Simplesmente relato o que aconteceu e as minhas impressões.  Você sabe como eu sou humilde, você me conhece. Nunca tive vontade também...
Obvio que ele não acreditou em mim e com razão, já que de fato me sinto arrogante quando digo sobre isso, mas é claro que eu nunca admitiria isso... até agora.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Dicas do Pós-adolescente: Nunca diga " Parça " e " Salve "



Quem me conhece, sabe que sou uma pessoa que respeita tudo e a todos - eu acho. - Cada um com a sua vida, certo? Certo. Mas queria deixar um singelo e nobre conselho para as pessoas que dizem " Parça " e " Salve ". Primeiro, não digam parça e salve. Segundo, nunca digam parça e salve. E terceiro, jamais digam parça e salve. Pois na minha humilde concepção, as pessoas que dizem essas palavras, além de serem aquelas que colocam aparelho odontológico na boca, geralmente podre e cheia de dentes com cárie, sem prescrição de um dentista, são escrotas e faveladas seres humanos que não tiveram  porra nenhuma de educação     oportunidades na vida de conhecerem novos parâmetros da realidade e de cultura e que convivem com outros filhos da puta que pensam que são malandros mas que não são porra nenhuma outras pessoas que também são escrotas e faveladas  não tiveram a possibilidade de sair do morro ciclo de onde vivem e que por escolha ou burrice tiraram seus costumes e seu modo de pensar e agir.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

O verdadeiro Lar


Ultimamente eu tenho me sentido muito sozinho. Li uma publicação esses dias no FaceBook onde há uma diferença entre estar sozinho e se sentir sozinho e concordo com as afirmações de ambas. Mas no meu caso eu estou, de fato, me sentindo sozinho. Tenho minha família e amigos que são a minha base, mas sinto que algo ainda me falta. Você pode está pensando que esse pedaço que está ausente em mim é porque não namoro e essa hipótese pode estar certa. Mas há algum tempo eu estava "ficando." Não era nada sério, mas eu estava curtindo o momento. Contudo, mesmo assim, mesmo estando em um relacionamento eu ainda sentia o vazio, com menos intensidade, admito, mas sentia.
Eu sempre fui solitário. Novamente digo que sempre tive a minha família por perto. Meus amigos, meus verdadeiros amigos, também sempre foram presentes na minha vida. Também tenho facilidade em fazer colegas por onde passo,  aliás sempre fiz e faço amizades por onde andei e ando mesmo com toda a excentricidade que me rodeia, pois sempre consigo criar vínculos e laços. E, uma vez ou outra, sempre tenho um casinho. Mas em um modo geral sempre fui solitário e faço dessa questão  meu refugio.
Sempre gostei da ideia de viver na estrada, conhecendo novos lugares e pessoas, novas culturas, novas culinárias, novos idiomas. Buscar as partes do quebra-cabeça que me faltam e poder construir o meu lar, o meu verdadeiro lar. Você deve conhecer aquele filme, O curioso caso de Benjamim Button. Pois bem, aquela cena onde o Brad Pitt está montado em uma moto, vestindo uma jaqueta de couro e usando óculos de sol, dirigindo sobre uma estrada castigada pelos raios de sol é um panorama que eu realmente gostaria de viver. Claro que não tenho a pretensão de ser um Brad Pitt ou que vou dirigir uma moto em uma estrada. É apenas uma representação do que almejo; Sentir a liberdade em sua plenitude total.
Pensando bem, acho que estou usando a palavra errada ou pelo menos não a que representa de fato o que sou. Não sou solitário, quer dizer sou solitário, mas acima de tudo sou livre. Claro que tenho algumas regras e doutrinas que, infelizmente, impus a mim mesmo, mas que espero, um dia,  me desfazer delas. Mas tenho como sinônimo, como marca, como  tatuagem a liberdade e tudo o que ela oferece. Sempre questiono as opiniões postas pelo mundo,  não sigo aquilo que dizem que é certo ou errado e sim aquilo que acho que é certo ou errado, gosto de autenticidade, principalmente representada por outros e tenho curiosidade pela vida.
Eu sei que um dia esse vazio será distinguido ou pelo menos reduzido drasticamente. Espero que demore um pouco,  pois sei que vou me apaixonar verdadeiramente, me casar, ter filhos, ter minha casa com um belo jardim e ter um cachorro da raça Husky Siberiano - sim, até nesse detalhe já pensei - em algum momento da minha vida.  Não vou negar que vou sentir falta de ser solitário, livre ou como você queira chamar. Mas será eletrizante e ao mesmo tempo confortante encontrar o meu lar, o meu verdadeiro lar.


Kid Abelha - Nada sei


terça-feira, 28 de outubro de 2014

Um sujo falando do mal lavado


A coisa mais fácil do mundo é falar mal de alguém. Não adianta negar esse fato imutável. Você, assim como eu e qualquer outro, já pronunciou palavras e informações distorcidas e, digamos, preconceituosas sobre alguma pessoa.
Eu iria escrever dizendo que fazer isso, falar mal de alguém, é normal, mas não, isso não é normal. Então digo que essa prática é comum, feita por todos. E eu não nego, já falei e falo mal de outras pessoas. Mesmo que seja  em um simples e inocente comentário. Mas ao contrário de muitos, eu busco evitar, mesmo sabendo que fraquejo algumas vezes, em pronunciar as minhas concepções sobre os demais. Muitos podem pensar que se faço isso, em me calar e não dizer o que penso sobre algo ou alguém, é porque não sou sincero. E se essa dúvida surgir na sua cabeça, saiba que você está redondamente certo. Realmente não sou sincero, pelo menos não nessa questão. E isso acontece porque acho, acho não, tenho certeza que sinceridade nem sempre quer dizer verdade. Muitos usam esse velho termo para expor suas convicções, mas o fato é que o quê pensamos sobre fulano ou ciclano na maioria das vezes não importa, nem para nós e muito menos para nossos alvos.
Outra diferença entre mim e os milhões e milhões de bocas abertas, é refletir os meus comentários e sentimentos negativos sobre os outros. Me diga que nunca, em toda sua vida, você não falou ou pelo menos pensou algo ruim de alguém por sentir inveja, arrogância ou presunção? Claro que às vezes você simplesmente não gosta da pessoa e, por isso, fala mal dela. Ouvi esses dias que isso é uma coisa de química e tal, mas enfim. Mas muitas outras vezes nossos conceitos alheios são sim constituídos pelos sentimentos mencionados anteriormente, não? E, pra mim, quando identificamos um destes elementos, se torna mais fácil mudá-los.
Como eu já mencionei, a coisa mais fácil do mundo é falar mal de alguém e que isso não é normal, mas comum entre qualquer sociedade. Mas o inaceitável, o cúmulo do absurdo, o difícil de engolir  é quando uma pessoa aponta os "defeitos", que ela julga que são, sem olhar o seu próprio reflexo. É como um gordo falando da obesidade de outro gordo. Um gay falando da homossexualidade de outro gay. Uma loira criticando a cor de cabelo de outra loira. Um japonês falando mal do rosto de outro japonês. Ou seja, alguém que inflama os pulmões para dizer e articular características físicas e psicológicas dos outros, sendo que essa pessoa, essa infeliz pessoa, detêm o que critica. Não sei se esse tipo de ser faz isso por viver na ilusão, por se achar intocável, por se hipócrita ou porque é medíocre mesmo.
Se estou escrevendo esse texto é exatamente por isso, porque presenciei " um sujo falando do mal lavado ". Coloquei entre aspas esse termo pois o que foi dito, entre um dos presentes, refletia no próprio mensageiro e não na questão em si.
Quando alguém me faz uma crítica não construtiva eu simplesmente ignoro. Me incomoda por alguns instantes, mas eu descarto logo em seguida. Nem sempre agi dessa forma. Já me atormentei por comentários vindos de outros, mas aprendi com o tempo. Porém, sei que nem todo mundo é assim, de filtrar as impurezas antes de beber o líquido. Não concordo com quem fala mal de alguém desnecessariamente, quem quer que seja. Mas antes de abrir a boca consulte sua mente e veja suas próprias ações, seus preceitos e sua vida, em todos os aspectos. Como diz aquela música, que simplesmente acho foda, quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra.


Pitty - Teto de vidro



sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Da série: A loja


Eu estava em uma loja de roupas, mais precisamente na parte onde se encontram meias, luvas e tocas. Estava tranquilo, embora internamente estivesse indignado com os preços daquele lugar , quando duas mulheres se aproximaram. Uma era loira de olhos castanhos e a outra era baixa e usava óculos. As duas conversavam deliberadamente  e mesmo que eu não quisesse ouvir era impossível esnobar o papo, pois as duas falavam em uma alto e audível tom de voz.
 -... pois é. Até hoje eu não acredito que ela ficou com aquele cara - disse a loira para a baixinha. - Se você visse ele. Era feio e pobre. Tinha uns dentes, credo.
 - Que maldade -  respondeu a outra, embora desse gargalhadas pelo que tinha acabado de ouvir. - Mas eu ouvi mesmo que o cara era feio.
 - Feio? - indignou-se a primeira, a loira, também rindo. - Horrível. Sério até - nesse instante ela parou, olhou por toda a loja e apontou para um homem gordo e bigodudo que estava distante e não podia ouvir - até aquele homem ali, o chupeta de baleia, é mais atraente.
Novamente a colega, baixinha que usava óculos, começou a rir
- Você não presta mesmo em - disse, olhando para o homem e de volta para sua amiga.
- Não presto por falar a verdade? Ele é gordo, isso é um fato.
" Sim, mais isso não quer dizer que você pode se referir a ele assim sua vaca "pensei, rapidamente percebendo que fiz exatamente o mesmo que ela " Nossa, fiz igual a ela, julguei sem necessidade. Desculpa, eu não posso ser assim, não posso ser..."
- ... amiga eu não estou mentido. Por exemplo, olha aquela mulher ali - e a loira, que continuava a falar, apontou para uma mulher que estava um pouco atrás delas. - Olha o cabelo dela. Vai me dizer que é bonito?
E as duas voltaram a rir.
" Ah mais você é uma vaca mesmo " pensei, tomando as dores dos alvos da vaca e mandando se fuder a minha consciência. " Meu, como ela pode ser assim tão escrota? Vai lavar uma louça ou  passar roupa..."
 - Espero morrer sua amiga - falou, em meio de risadas, a baixinha de óculos.
 - Mas é a realidade. Nem todo mundo tem classe - neste instante a megera passou as mãos nos cabelos toda polposa. Estava se auto adorando.
" Sério mesmo que existe gente assim? " me perguntei, olhando para as duas incrédulo. " Como são frescas. Tomara que um vendedor chegue e infernize a vida de vocês. Que ofereça todos os cartões da loja e..."
De repente começou a tocar na loja a musica Stupid Girls, da cantora Pink.
 - Aff, odeio essa música - disse a loira, provando um óculos de sol .
" Por que será em? " sem querer repuxei os meus lábios  " Talvez seja por que a música retrate garotas exatamente como você."
Neste instante entrou a futura heroína. Uma mulher extremamente musculosa se aproximou. Ela era muito, mais muito forte mesmo. Tinha um perfil semelhante ao da mulher do cantor Belo, que não é belo.
Novamente a loira de olhos castanhos, que com certeza não tinha nada melhor pra fazer, puxou a amiga para mais perto e sibilou baixinho:
 - Disfarça viu. Mas olha pra trás e vê a mulher que está ali. 
  Eu tenho certeza que a musculosa percebeu, pois quando a loira puxou a amiga e cochichou, ela  se aproximou um pouco mais e ficou atenta.
 - Forte né? - perguntou a baixinha.
 - Ah eu acho muito feio mulher assim - respondeu a loira. - Coitada viu, perdeu a feminilidade. Parece hom...
 - Você está falando de mim?
De repente a musculosa, que até então aparentava serenidade, se pronunciou com altivez.
 - Ah... não, claro que não - a loira definitivamente ficou com o cu na mão. Era aparente a surpresa estampada na sua cara. A baixinha de óculos, por sua vez, começou a mexer em uns brincos, como se não estivesse acontecendo nada.
 - Mas eu ouvi você se referindo a mim - a bombada falava com firmeza. - Você não tem vergonha na cara não? Vai cuidar da sua vida.
- Mas eu... eu não estava falan...
- Você não é mulher pra falar mal de mim? - se a fortona estivesse com TPM coitada da loira. - Então, seja mulher também pra assumir.
Eu, assistindo pacientemente, estava esperando as duas saírem na porrada pra começar a gritar: BRIGA, BRIGA, BRIGA...
 - Mas eu não estava falando de... - mas novamente a loira foi interrompida.
 - Estava sim sua ridícula. Você me conhece? Eu te dei liberdade pra você falar de mim? - as pessoas mais próximas começavam a olhar a discussão. - Não. Você é uma cretina. Vai caçar o que fazer.
Por sorte da loira, que tinha começado a tremer, e da covarde da amiga, que não disse uma só palavra, chegou um funcionário da loja - não sei se era o gerente - e acalmou os ânimos. Depois de alguns minutos a loira e sua colega se afastaram, indo para outra seção, e a musculosa continuou suas compras.

Moral da história: Quem fala o que quer escuta o que não quer e, por mais que isso seja contra os meus princípios, eu realmente queria que a mulher musculosa sentasse o cacete na loira.

Bônus

Pink - Stupid Girls


domingo, 5 de outubro de 2014

Um simples e humilde texto



Eu sou a pessoa mais bipolar do mundo. Mentira, eu não sou a pessoa mais bipolar do mundo, mas sou bipolar. Não sei explicar, mas mudo de humor repentinamente. Estou feliz e em um estralar fico triste. Estou mal e em um piscar fico bem. Sou um verdadeiro termômetro que varia a temperatura constantemente. E quando estou bem sou simpático, alegre, vejo a vida com leveza. Digo até que transpareço felicidade. Mas quando estou triste, tudo fica sem graça e não sinto ânimo pra nada. É como se grudasse um nó na minha garganta que me impedisse de falar. E só me recupero dessa fase com o tempo, ouvindo uma boa música, claro, ou se alguém realmente vim e me animar. Mas tem que ser uma pessoa que realmente se importe.
Algumas vezes essas oscilações  de temperamento tem um real e concreto motivo. Mas muitas outras vezes elas simplesmente surgem, sem mais. Ou seja, eu sou bipolar e pronto.
Mudando um pouco de assunto, embora irei englobar esse que já inicie, eu sou uma pessoa diferente e digo isso no melhor da palavra. Sou uma boa pessoa. Quer dizer, eu acredito, tenho quase certeza que sou uma boa pessoa. Pode ser petulância minha, tenho muitos defeitos, mas me considero um ser bondoso. E tiro essa conclusão por dois motivos. O Primeiro; minhas atitudes, convicções e virtudes. Eu respeito qualquer diversidade. Posso até não concordar, como por exemplo daquelas pessoas religiosamente céticas que deixam uma religião guiar suas vidas sem ao menos se questionarem se aquilo é certo ou não, ou os convictos ateus que são imutáveis em suas  decisões - só pra deixar claro, eu não sigo nenhuma religião, mas acredito em Deus, em um Deus de amor, respeito e, principalmente, liberdade, não um senhor de regras e doutrinas. - Não concordo com os exemplos mencionados, mas os respeito e respeito pra mim não é aceitar algo, e sim entendê-la, não julgá-la e trata-lá como qualquer outra coisa mesmo com as diferencias , embora tenho certeza que muitos religiosos e ateus irão me julgar pelo que escrevi.
Também sempre tento me colocar na pele dos outros. Até digo que faço isso demasiadamente. Sabe aquele ditado " Não faça com os outros o que você não quer que façam com você"? Pois bem, mesmo entre linhas, tenho essa frase impregnada em mim. Por isso sempre tento evitar um comentário maldoso, incluir as pessoas e não submetê-las  pois não gostaria que fizessem o oposto comigo.
Já o segundo motivo que me leva a crer que sou uma pessoa boa é refletir e medir minhas atitudes com a dos outros. Eu percebo no meu cotidiano que as pessoas estão se tornado, ou vai ver sempre foram assim, mais mesquinhas, insensíveis e... escrotas mesmo. Simplesmente perderam a solidariedade, o respeito coletivo, a tolerância. Juro que não entendo uma pessoa homofóbica, racista, machista ou que tenha qualquer preconceito. Sim, de certa forma todos nós somos preconceituosos pois não aceitamos todas as ´particularidades alheias - e não negue esse fato imutável -, mas o fato de não concordar com alguém ou com alguma opinião não permite desferir contradição. Também não compreendo as pessoas que não se abalam e que acham normal alguém que está passado fome,  que foi violentada ou que foi agredida fisicamente ou moralmente. Isso não é normal!
Como eu já mencionei, eu sou bipolar. Mudo do quente para o frio e vice e versa rapidamente. Não vou negar que a maioria das vezes que acontece essa modulação foi por algum motivo extremamente comigo e pra mim. Mas também sou atingindo pelos problemas alheios. Também mudo meu humor de acordo com a felicidade ou desgraça dos outros. Sou sensível e não tenho vergonha de dizer isso. Muito pelo contrário.Fico feliz em saber que me preocupo com os demais. Infelizmente acho que o mundo  nunca vai mudar. Mas fico consolado em saber que fiz a minha parte em um simples e humilde texto.

John Lennon - Imagine


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Dicas do Pós-adolescente: As plausíveis hipóteses pelo pé na bunda


Tenho certeza que você já viveu essa cena: Você conhece uma moça ou um cara legal, conversam, se divertem  e, claro, transam. Não é nada sério, mas tanto você e, aparentemente, sua ou seu ficante estão se curtindo. Porém, um certo dia,  essa pessoa simplesmente te esnoba. Não te manda mais mensagens e não te liga mais.E quando você, já entendendo o óbvio, decidi puxar uma simples conversa é ignorado e só respondido horas depois, sendo tratado com indiferença .E depois de algum tempo, você é simplesmente esquecido, como se nada houvesse acontecido entre vocês.
Você pode ficar puto, puto mesmo, mais muito puto, perguntando o que aconteceu. Mas nessa vida tudo é possível, certo? E, ao invés de você se humilhar  e questionar as razões pelo recém desinteresse, você pode levar em consideração as minhas plausíveis hipóteses dos motivos pelos quais você levou o dolorido pé na bunda.



A Morte. Morrer é uma possibilidade universal. Milhares de pessoas morrem a todo momento e por que não pensar que aquela pessoa que não te ligou mais, que não respondeu mais  suas mensagens no Whatsapp não veio a falecer? Isso explicaria os motivos pelo desaparecimento, te deixando feliz - eu pelo menos ficaria - por saber que te largaram por forças muito maiores.



O reconhecimento da sua grandeza. Às vezes o garoto ou a garota que você estava ficando te largou  pelo humilde fato desse infeliz ter percebido que você é muito, mais muito, melhor que ele. A pessoa reconheceu a sua magnitude, sua atração arrebatadora, sua  superioridade e, envergonhada, decidiu te abandonar, arrasada por não conseguir ficar com extraordinário ser que é você.


A Morte. Morrer é uma possibilidade universal. Milhares de pessoas morrem a todo momento e por que não pensar que aquela pessoa que não te ligou mais, que não respondeu mais  suas mensagens no Whatsapp não veio a falecer? Isso explicaria os motivos pelo desaparecimento, te deixando feliz - eu pelo menos ficaria - por saber que te largaram por forças muito maiores.


O Destino. O destino é enigmático e tudo é viável hoje em dia. Existe a notória possibilidade  da pessoa que estava ficando com você ter tido o celular roubado e a conta do Face rackeada. Depois ter sofrido um AVC e por decorrência ter ficado em coma por muitos meses, sendo que dentro desse tempo desenvolveu Alzheimer. E quando por fim despertou do coma não conseguiu te ligar por que teve o celular roubado, lembra?


 A Morte. Morrer é uma possibilidade universal... Blá, blá blá... Isso explicaria os motivos pelo desaparecimento, te deixando feliz - eu pelo menos ficaria - por saber que te largaram por forças muito maiores.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A luz no fim do túnel


Ultimamente estou em uma vibe diferente. Talvez, pela primeira vez, eu esteja realmente tentando me tornar uma pessoa melhor. E não estou dizendo, ou melhor, escrevendo isso sem de fato está empenhado em mudar. Pra se ter uma ideia, não estou mais odiando pessoas. Bom, isso não é uma verdade pois continuo odiando muitas pessoas, mas agora já consigo suportá-las e até afirmo que não me contamino mais pelo sentimento criado, muita vezes, sem necessidade. E quem lê os meus textos há algum tempo sabe o quanto odeio pessoas, algumas que conheço e muitas outras que nunca vi ou que nunca conversei, como por exemplo aquelas pessoas lerdas que sempre ficam na sua frente quando você está com pressa - vai me dizer que você não odeia essas pessoas?
Também estou determinado a não me estressar a toa, a ouvir e absolver apenas críticas construtivas e descartar as desnecessárias, a ter mais autoestima e autoconfiança, a ser mais humilde comigo e com os demais, a não reclamar mais da vida sem um real motivo, enfim, a me tornar alguém melhor.
Essa nova personificação já havia dado sinais de existência há algum tempo, porém nunca havia se sobressaltado. Mas ultimamente muitas coisas legais aconteceram comigo - sim, dentro dessas coisas há sexo. - Nada tão significativo, porém foram essas pequenas novidades, essas novas concepções que me trouxeram um gás, um verdadeiro empurrão a mudar.
Com isso todo mundo ganha, principalmente eu, claro. Porém, o único a ficar de escanteio é o blog. Eu sempre imaginei esse lugar como um grande arsenal de reclamações. Gosto de mesclar entre o humor para não ficar tão monótono - tanto que tenho optado mais por esse gênero em publicações aqui, pois para criá-las não é necessário um real motivo -, mas a maioria dos textos aqui divulgados sempre foram portais para as minhas afiadas indagações e frustrações. E como já mencionei, estou empenhado em ser um novo Niel e, devo admitir, como a vida começou a sorrir pra mim, não um grande e largo sorriso mas já é um começo, não há o que reclamar, o que comentar, o que digitar. Claro, isso não quer dizer que minha vida já esteja ótima. Continuo sendo o mesmo garoto complexado. E também não estou dizendo que estou abandonando esse espaço. Só não tenho mais o meu combustível principal para me abastecer a todo momento.
Porém, contudo, entre mais, ainda há minucias ridículas que me atingem, como por exemplo eu ter vindo sozinho da faculdade esses dias ou quando perdi uma oportunidade ótima pela minha familiar timidez. E fiquei decepcionado em ainda ser atingido por tão pouco.
Eu sei que ainda tenho uma longa jornada até alcançar o meu objetivo central. Sei que ainda vou derrapar muitas vezes nas curvas e que vou voltar aqui inúmeras vezes para esbravejar. Mas finalmente já vejo uma luz no fim do túnel. Não sei se é apenas uma faísca, clarão ou lampejo e também não sei por quanto tempo ela estará me esperando, mas estou disposto  a andar até lá e ver o que acontece. O que tenho a perder?


Thirty Seconds To Mars - Do or die




quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A lição de casa


Toda vez que eu recebia alguma lição de casa para fazer eu sempre a fazia no último instante. Os professores passavam as atividades ou os trabalhos antecipadamente e marcavam para muitos dias depois a entrega. Mas sempre, sempre, as concluía nos últimos segundos. Gastava uma grande quantidade de tempo imaginando e arquitetando a lição de casa, mas não tomava a iniciativa de pegar a caneta e o papel para transpassar as ideias e só fazia isso quando não tinha mais escolhas e principalmente tempo. Fui e ainda sou um aluno exemplar, mas além da minha natural preguiça, um dos meus maiores defeitos escolares era deixar tudo para depois.
Aliás, pensando melhor, um dos meus maiores defeitos na vida, em todos os seus aspectos, é deixar tudo para depois. Simplesmente fico estagnado, deixando o tempo passar e quando finalmente não há como fugir ou quando percebo que preciso reagir, mesmo que seja tarde, começo a construir, as pressas, o meu sonho, a minha tarefa, obrigação ou responsabilidade.
Por exemplo, imagine que você precisará apresentar um trabalho para passar de ano. Esse trabalho precisará ter slides e você terá que apresentar especificamente o seu tema de pesquisa. Não sei vocês, mas eu já ficaria nervoso e apreensivo. O correto a se fazer nesse caso e conhecer melhor o assunto que irá ser discutido,  pesquisar sobre o mesmo, montar o corpo da apresentação e, por fim, memorizar o que irá se dito. Quanto mais rápido você começar a fazer sua lição de casa mais rápido você terminará, e quanto mais rápido você terminar, mais tempo você terá para ajustar os detalhes e quanto mais tempo você tiver para ajustar os detalhes, mais imperfeições serão corrigidas e assim você terá mais tranquilidade, pois saberá que o trabalho está finalizado e com antecedência.
Mas eu, claro, deixaria pra fazer no último instante. Ficaria o tempo todo pensando, tendo ótimas ideias, até me imaginaria na apresentação, falando com eloquência. Mas fazer o concreto, de colocar de fato as mãos na massa, apenas nos trinta segundos do segundo tempo. Com isso, provavelmente meu trabalho ficaria destorcido e falhoso, sem falar no arrependimento que sentiria por não ter feito antes e por não ter me dedicado verdadeiramente. É mais ou menos a história da Cigarra e da Formiga, onde eu encarnaria e encarno a primeira.
Esse exemplo que mencionei e a minha reação se aplica em vários outros, não apenas em estudantis. Quando tenho uma meta de vida, pessoal, profissional ou amorosa, sempre deixo para depois. Fico me ruminando, ajeitando os mínimos detalhes mentalmente, mas não corro atrás do papável, do real, do concreto e contar com a sorte nessas circunstâncias não é muito aconselhável. Digo isso por experiência própria.
Quando você deixa para fazer a lição de casa, literalmente ou não, para depois, você perde um precioso tempo. Não lembro o nome do autor que disse essa frase e só vou pesquisar isso depois - eu disse - mas para a genialidade é preciso apenas 1% de inspiração e 99% de transpiração.


segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Dicas do Pós-adolescente: Como gastar o dinheiro de uma tatuagem escrota


Tatuagem é algo que eu realmente acho muito legal. Ainda não tenho nenhuma, mas pretendo algum dia fazer várias.
Porém, essa arte tão apreciada também tem seu lado negativo.Um deles é quando se tem o azar de cair em mãos de tatuadores despreparados. Se isso já aconteceu ou se um dia acontecer com você, pode ter certeza que irão pensar que a tatto foi feita em um presídio ou que colocaram um garoto de nove anos pra desenhar.
Mas o pior erro que se pode cometer é quando decidem tatuar faces de subcelebridades. Nada contra, mas o que essas pessoas tem na cabeça? Pra que gravar na pele rostos como a do  """""""cantor""""""" Latino - espero que tenham notado as muitas aspas -, algum ex-fazendeiro ou de alguma Panicat?
Vamos supor que uma tatuagem dessa custe em torno de uns 400 reais - eu não sei o valor, estou simplesmente chutando. - Sabia que com essa quantia da pra fazer muita coisa?


                        Você pode pagar uns 26 meses de Netflix.





 
                        Você pode comprar uns 20 pares de meias.




       Você pode pagar umas três sessões com um psicólogo para esse menino que com certeza vai precisar.




      Você pode comprar 800 Danoninhos. Vai dizer que você não gosta?





      Você pode pagar pela mesa ou dar um cérebro novo  pra esse idiota.



segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Da série " Ela disse recalque?????? "


Eu estava na sala de espera do consultório do meu dentista tranquilamente. Mesmo com a consulta agendada, como de praxe, ainda não havia sido atendido.
De repente chegou uma mulher e se sentou ao meu lado. Ela devia ter quase trinta anos. Era baixa e acima do peso.
Passou alguns segundos quando o celular da recém chegada começou a tocar.
Pela batida, som e letra o toque vinha de algum funk. Não sei qual é o nome da música, mas o refrão, que tocou, era mais ou menos assim " Senta na vara, senta na vara, senta, senta, senta, senta na vara..."
A mulher atendeu o aparelho celular e começou a conversar, pelo que entendi, com alguma amiga.

ATENÇÃO. Você encontrará alguns erros ortográficos e de concordância ao longo da narrativa. Mas não pense que é porque não sei escrever. Para deixar mais nítido o vocabulário e a linguagem  que a mulher usou, precisarei ajustar na interpretação algumas palavras.

- Oi miga, pensei que você não ia mais ligar. Como tá aí na quebrada? Ta tudo certo?
 Sabe aquele tipo de mulher que fala desbocadamente? Que é cheia de trejeitos e que usa um tom de voz alto e destemido? Pois bem, essas são mais ou menos as características dessa pessoa que tive o "prazer" de ouvir.
- E como tá o Feijão? Minina, fiquei sabendo que ele foi levado em cana, junto com o Zarolho é verdade? - inicialmente pensei que ela estava se referindo a feijão que consumimos nas refeições, mas depois entendi que Feijão e Zarolho eram sutis e sugestivos apelidos. - Bando de trouxas. Nem sabem fazer a parada direito. Eu  tinha falado pra eles não levarem toda a... - ela olhou ao redor e, cautelosa, continuou -  mercadoria de uma só vez. Mas já avisei, eu não vou em cadeia visitar noinha burro. Tenho cinco fio pra cuidar, não vou gastar meu tempo com eles, tá ligada?
" Meu Deus, eu estou do lado de quem? " pensei, tentando agir naturalmente " Só espero que ela não tente  me roubar... Nossa, que preconceito esse o meu. Já estou a jugando pelo simples fato de estar escutando uma conversa. Não posso ser assim, não posso ser preconceituoso..."
-... Mas eu tinha avisado miga, eu tinha. Quando eu roubava dinheiro da minha mãe, ela nem percebia.Eu fazia o bagulho direito...
" SAI DE PERTO DE MIM!!! " Se fosse possível  medir o volume audível desse pensamento, tenho certeza que ele se igualaria a um alto e potente grito. " Se ela já roubou a mãe, imagina se ela não roubaria um estranho? E hoje em dia bandido rouba tudo, até cueca se... Caralho, logo hoje que estou  usando minha cueca nova."
- Ah, mas deixa eu te contar o último babado. Tava lá eu com o meu macho no funk... Não, já terminei com o Alemão, agora estou ficando com o Marcão, mas deixa eu te contar a história. Então, lá estava eu, bêbada e me requebrando toda  quando a Juliana, lembra dela? A Perna Torta? Então, quando essa seca veia apareceu e começou a se insinuar pra ele...Sim, ela começou a descer até o chão, começou a rebolar e até piscou pra ele.
" Ok, ok, ok, eu preciso respeitar essa escrota ridícula. Cada um vive e age da forma que achar melhor. " Eu realmente estava incomodado com os meus pensamentos e o meu prejulgamento. Não podia condenar aquela pobre mulher pelo fato dela usar uma linguagem chula, se vestir igual a uma quenga, conviver com pessoas, digamos, sem cultura e, principalmente, por gostar de funk " Tudo bem, não vou mais julgar essa mulher, não importa o que ela diga, não importa o que saia dessa boca podre e sem dentes, a respeitarei. Cada um com o seu cada um. "
"... - Minina, mas eu quis pegar ela pelo cabelo - e ela continuava a narrar sua história. - Mas o Marcão não deixou. Mas você me conhece, eu não consegui ficar quieta. Fiz um barraco, todo mundo olhou. Mas sabe o que é isso? Isso é recalque dela, a Perna torta tem recalque de mim.
" Ela disse recalque?????? " Na hora me subiu uma aversão sem limites e implacável pela mulher. " Não, não, não, isso eu não admito, não admito. Eu aceito tudo nessa vida, tudo, tudo mesmo, mas dizer recalque é foda..."
Eu não sei explicar, mas quando escuto a palavra recalque, logo imagino uma identidade, mastigando chiclete, fumando narguilé e dizendo idiotices, num cenário decadente e periférico.
 Eu sei, e pra quem não sabe, que recalque é um conceito utilizado na psicologia. Mas pela utilização desenfreada dessa palavra, pelas mais distintas e excêntricas pessoas, pra mim o conceito se tornou uma marca bizarra.
Me levantei, enquanto a mulher continuava a falar com a sua amiga " Maldita hora que esse celular tocou, maldita hora..." fui até a recepção e calmamente disse:
- Desculpa, mas seria possível remarcar a consulta com o meu dentista? Tenho... um compromisso e preciso ir agora. Preciso sair daqui o quanto antes.



Moral da história: Escolhi a imagem do texto porque Freud é foda. Menos quando diz a palavra recalque.


quinta-feira, 31 de julho de 2014

Momento Nerd


A partir de agora teremos o Momento Nerd que consiste em mais uma publicação aqui... só que nerd. Simples e fácil de entender.
Pra quem não sabe, eu simplesmente sou louco por The Walking Dead. Não sou aquele tipo de pessoa que tem posteres, dvds ou revistas, mas sou um verdadeiro fã da série e agora das HQ.
Contudo, uma das minhas maiores decepções foi quando a personagem Andrea, da série, morreu. Eu acompanho pela internet, os episódios inéditos quando estão passando nos Estados Unidos ao vivo, e mesmo com o link travando e não entendendo muito bem o que os personagens falam,  me lembro perfeitamente a minha reação quando assisti a esse episódio pela primeira vez - 3 temporada, 16° episódio - Simplesmente fiquei transtornado, enraivecido,  amalucado quando vi uma das personagens mais fodas morrer. O pior que foi uma morte desnecessária. Não precisava acontecer. Jurava que era pegadinha do Malandro.
Por isso, o primeiro Momento Nerd vai para essa incrível personagem.


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Vinte anos


Como todos os anos, sempre que o meu aniversário está chegando eu venho aqui e escrevo um longo e extensivo texto sobre como é ficar mais velho, as minhas expectativas para o futuro, minhas preocupações e blá blá blá. E deveria fazer isso este ano também, já que no próximo dia 23 eu completo vinte anos. Pois é, duas décadas de existência. E não sei se você pensa assim, mas vinte anos, mais do que uma simples idade, significa que agora você é um completo adulto. A adolescência ficou definitivamente para trás e agora as responsabilidades, mais do que nunca, veem a tona.
Porém esse ano eu não escreverei nada sobre essa data - se bem que já estou escrevendo, então isso não é uma completa verdade. - Por mais que eu seja paranoico em saber que estou ficando mais velho e que vinte anos, como já mencionei, é a chegada de uma nova faceta da vida, não irei registrar minhas novas e velhas convicções.
Simplesmente não sei o que estou sentindo sobre os meus futuros vinte anos. Não estou animado, mas também não estou preocupado. Ainda não digeri essa nova concepção, e assim, não sei o que dizer, ou melhor, escrever.
Só sei que terei vinte anos. Vinte anos.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Aperte o Play Vol. 4


Como já faz tempo que não publico nada audível aqui, decidi escolher cinco músicas do meu arsenal. Garanto que você  não irá encontrar nenhum lepo lepo pelo caminho. 

                         Alanis Morrisette - Ironic




Lana Del Rey - Money Power Glory




  Owl City - Fireflies

PS: Eu sei que já usei essa canção em uma outra publicação, mas é que eu simplesmente acho incrível a música e principalmente o clipe.



Pitty - Sete Vidas




Thirty Seconds To Mars - Up in The Air






quarta-feira, 9 de julho de 2014

Da série: A espinha


Eu havia marcado com alguns amigos - reais, que existem, só pra deixar claro - de sair em um sábado de noite. Sim, depois de muitos típicos sábados em casa, baseados praticamente em ficar fuçando o perfil dos outros no Instagram ou jogando vídeo game, finalmente eu iria me juntar com a multidão da noitada.
No sábado de manhã, quando acordei, fui tomar café. Depois, fui ao banheiro, tirei o meu pênis pra fora, mijei, lavei as mãos e me olhei no espelho.
Foi nesse exato momento que a vi. Estampada bem no meu rosto, estava uma monstruosidade, uma aberração, uma anomalia, uma praga maligna; Uma espinha estava cravada bem na ponta do meu nariz. Mas não era uma simples espinha. Muito menos um cravo ou uma acne. Era um ser que tinha vida própria. Tinha o tamanho de uma bolinha de gude. Quase de tênis.
- Meu Deus, o que é isso? - eu não sabia se chorava, ria ou se gritava. Era assustador o casulo grudado no meu nariz. - Como essa espinha medonha foi parar aí? Ainda bem que hoje eu não vou ter...
Mas parei, lembrando que havia marcado de sair justamente naquele sábado. Nunca, quer dizer, quase nunca, saio aos sábados a noite e quando finalmente tenho um programa legal, se aloja no meu rosto uma aberração da natureza.
- Mas e agora? - perguntei a mim mesmo, sem tirar os olhos da grande, da imensa, da gigantesca espinha. - Eu não posso sair assim.
Eu sei, pode parecer frescura, mas era, de fato, uma acne monstruosa. Nem na minha adolescência, quando tinha quantidades incontáveis de espinhas e cravos, tive uma tão assustadora. Já faz umas duas semanas que ela nasceu, destruído a minha vida - eu sei, sou dramático - e resquícios ainda são visíveis.
 Mas voltando a história. Eu até tentei colocar um band aid em cima da espinha para escondê-la. Mas me incomodava aquele curativo, fazendo a bolha doer e coçar.
Triste, percebi que o que me restava era cancelar o compromisso.
Contudo eu precisava inventar uma desculpa. Não iria falar que não poderia sair porque surgiu uma espinha no meu nariz. O problema é que eu simplesmente não sei mentir. Sou péssimo em fingir e em criar respostas e justificativas que pareçam convincentes.
Passei boa parte do dia tentando inventar alguma desculpa que parecesse plausível.
Até que em um momento um dos meus amigos ligou:
- Daniel? Tudo bem? Então tudo de pé? O pessoal já confirmou. Vai todo mundo mesmo.
- Ah, oi, então eu não vou poder ir - respondi, sem graça.
- Mas por quê?
- Então é que... eu fiz... minha tia que passou mal - inventei, sem saber muito bem o que falar.
- Sério, mas o que aconteceu? - perguntou o meu amigo.
- Ela... pegou raiva. É, ela pegou raiva.
- Raiva? Como assim raiva?
- É que... um cachorro, isso mesmo, um cachorro mordeu ela  e passou raiva. Nossa ela começou a babar, se lamber, quase latiu. Precisou de pelo menos umas cinco pessoas pra segurar ela.
- Nossa, sério mesmo? Nunca tinha ouvido falar que raiva se pegava.
- Sim, mas pega e como pega - eu suava frio com tamanha mentira.
- Então você está no hospital com ela?
Mas nesse exato momento, quando iria responder que sim, um motoqueiro, um maldito entregador de pizza, chegou no vizinho e ao invés de bater na porta ou apertar a campainha, gritou " OLHA A PIZZA."
-Não, eu estou em casa mesmo - não podia, depois do berro, dizer que estava em um hospital.
- Você está em casa? Então você vai poder ir no barzinho?
Não sabendo mais o que dizer, simplesmente falei a primeira coisa que minha mente trabalhou em pensar.
- Não, eu já voltei do hospital, mas não vou poder ir pelo simples fato de estar preso em casa.
- Preso?  - instigou o meu amigo - Mas como assim preso.
- É que a chave da porta da minha casa quebrou quando fui fechá-la. Claro, depois que entrei.
- Mas você já chamou algum chaveiro, sei lá. E se acontecer alguma coisa na sua casa, como você vai sair?
- Pela janelas.
- Então você não está preso, não é? Porque você pode sair pela janela.
- Bom... é que... - mas ele me pegou na minha "brilhante" mentira.
- Daniel, fala a verdade. Tudo bem você não poder ir, eu aviso ao pessoal. Marcamos um outro dia, mas diga a verdade.
- Você tem razão mesmo. A verdade, a única verdade, é que não posso sair hoje pelo simples e sincero fato de que tenho que servir sopa para mendigos da rua - e meio tonto com tantas justificativas falsas. - É, eu sou uma boa pessoa.
- Como assim servir sopa para os mendigos? - meu colega, de fato, estava surpreso.
- Bom... - e respirando fundo - eu faço parte de uma ONG, chamada... éééé... Je Suis Couché. É uma ONG de origem francesa, sabe? Então, uma vez ao mês, pessoas voluntárias saem de madrugada e alimentam os mendigos da rua. Doamos comida, roupas, cantamos,  jogamos Uno com eles... enfim, fazemos muita coisa. E é justamente nesse sábado que teremos que fazer a maratona de solidariedade.
- Ah entendi. Não sabia que você era tão filantrópico assim - senti uma leve ironia na frase, mas não iria contestar, claro. - Tudo bem Daniel, sem problemas mesmo. Vou fazer questão de explicar pra galera o motivo humanitário que te levou a não ir.
- Imagina. Não gosto de me gabar - e passando os dedos na minha espinha, no meu novo órgão. - Agora preciso desligar.
- Beleza cara. Boa sorte aí com os mendigos. E " parabéns"  pela atitude - dessa vez eu senti a ironia clara e direta.
- Ah obrigado. Bebam muito por mim.
E desliguei o celular, sentido a latência mortal da espinha mutante.




Moral da história : Jé suis couché.

domingo, 29 de junho de 2014

Isso é igualdade?


Pra você o que significa igualdade? Pense, molde sua resposta e depois continue lendo o texto.
Pensou?
Tenho quase certeza que não, mas igualdade, de acordo com o Wikipedia, significa"  A inexistência de desvios ou incongruências sob determinado ponto de vista, entre dois ou mais elementos comparados, sejam objetos, indivíduos, ideias, conceitos ou quaisquer coisas que permitem que seja feita uma comparação" Resumindo, e pelo que entendi, igualdade nada mais é do que valores e direitos igualitários para tudo e para todos. Mas isso realmente acontece? A igualdade social, por exemplo, ela realmente é executada aqui? E quando digo aqui, me refiro ao nosso pais, pois basta pesquisar a cultura de algumas nações evoluídas e descobrir que a igualdade de lá  é muito mais nítida e transparente.
Vou dar alguns exemplos para você entender que tipo de desigualdade, ou falta de igualdade, que estou querendo apontar.
Imagine um casal, hétero, andando pela rua de mãos dadas ou que esse mesmo casal está se beijando em algum lugar público. Tenho certeza que 99,9999% das pessoas que presenciassem essas cenas as achariam normal. Agora imagine um casal, homossexual, nas mesmas circunstâncias. Atuando as mesmas cenas.Tenho certeza que esse casal ganharia alguns olhares tortos e preconceituosos. Isso é igualdade? Por que casais héteros tem mais direitos e privilégios do que casais homossexuais? Aliás, na minha concepção, preconceito é antônimo de igualdade. Igualdade, nesse caso, seria todos, independente de sua orientação, terem o direito de andar de mãos dadas e se beijar em público, ou se não ninguém, ninguém mesmo,  possa fazer isso.
Outro exemplo é a definição das cores de pele. É muito comum chamar uma pessoa que tem a pele clara de branca. Em certidões de nascimento mesmo é comum definir as pessoas de brancas. Agora quando uma pessoa tem a pele escura, não pode chamá-la de preta e sim de negra. Duvido que em algum documento alguém está reconhecido como preto. Isso é igualdade? Ser chamado de branco tudo bem, mas ser definido como preto é errado? Claro, essa questão está relacionada com o racismo, outro antônimo de igualdade na minha opinião, pois muitos racistas usam a palavra "preto" para atingir as pessoas negras. Mas isso não deveria ser assim. No meu ponto de vista deveria se chamar pessoas de pele mais clara de brancas e pessoas negras de pretas ou não se pode chamar pessoas nem de brancas e pretas.
Machismo também é uma outra palavra contrária de igualdade. Infelizmente nossa sociedade é severamente contaminada de machismo. Esse androcentrismo  mal formulado e tosco atingi milhares de pessoas, homens e mulheres, tanto aqueles que nutrem essa concepção e principalmente os que não apoiam, pois são castigados pelos conceitos machistas alheios.
Igualdade, pra mim, significa todos, independente do que são, quem são e seus preceitos e virtudes, terem os mesmos direitos e responsabilidades. Claro, precisamos nos atentar as necessidades dos outros e aplicar equidade, sendo essa precisa na situação. Mas não acho justo pessoas que são A, terem mais privilégios das pessoas que são B. Podem ser diferentes, mas tanto o A como o B fazem parte do alfabeto, não?





domingo, 15 de junho de 2014

Dicas do Pós-adolescente: Como gastar o dinheiro do dízimo


Pra quem não sabe, pagar o dízimo significa destinar uma parcela do salário para uma empresa, digo uma igreja. Geralmente quem faz isso são pessoas chamadas de " Fieis ". Não vou lembrar onde foi que ouvi isso, mas já me disseram que um verdadeiro fiel, um cético, alucinado e verdadeiro fiel, destina algo em torno de 30% do seu pagamento - CORREÇÃO: Descobri que na verdade é 10%, mas vou manter a porcentagem inicial - Ou seja, se uma pessoa ganha em torno de mil reais, trezentos vão para a igreja.
Nada contra quem faz isso, mas com essa parcela de dinheiro dá pra fazer muita coisa. Continuando a usar o exemplo acima, vamos ver o que se pode comprar com trezentos reais.


  Você pode comprar 80 caixas de Bis e deixar sua vida mais doce.





Você pode apostar na Mega-Sena 150 vezes e ficar milionário.





Você pode comprar 300 músicas no iTunes e assim parar de baixar músicas de graça.






Você pode pagar um Hot Dog pra 75 mendigos- um pra cada, claro - e assim, de fato,  ajudar o mundo.





Você pode comprar, sei lá, uns 14 ou 15 ingressos do show da Banda Calypso... Se bem que é melhor pagar o dízimo mesmo nessa opção.





Você pode comprar 75 camisinhas e não ficar com aquela dúvida se a do posto de saúde realmente funciona.




Para finalizar, cada um gasta o dinheiro que ganha da maneira que quiser. Não vou entrar em detalhes mais profundos sobre a minha opinião em relação a esse tema, pois não é a minha intenção. Mas com o dinheiro que muitos "Fieis" gastam com suas empresas, digo, igrejas, dá pra fazer muita coisa. Não é?

Dicas do Pós- adolescente.


domingo, 8 de junho de 2014

Se você é um gato não se sinta um leão.


Eu não gosto de muitas pessoas. Pra falar a verdade, a frase correta seria " Eu odeio muitas pessoas". Mas como considero o verbo odiar estridente, prefiro substituí-lo. Porém, se tem uma classe de pessoas que me faz usar a frase original, essa classe é a das pessoas arrogantes e metidas. Simplesmente odeio pessoas esnobes, convencidas e mesquinhas que se acham melhores do que os outros.
Agora, se tem uma casta de pessoas que eu realmente odeio com todas as minhas forças, essa casta é das pessoas que são arrogantes e metidas, que também são esnobes, convencidas e mesquinhas e que se acham melhores do que os outros, MAS, e eu digo um grande mas, são bosta nenhuma, que não há nada para justificar essa grande prepotência.
Veja bem, eu não concordo, em nenhum momento, que a pessoa seja metida e arrogante. Contudo, quando a pessoa é rica, bonita ou inteligente - e precisa ser realmente inteligente - é até compreensível a arrogância. Como eu já mencionei agora pouco, não concordo que alguém seja arrogante e metido, mas quando a pessoa detêm pelo menos um dos três fatores mencionados, eu "entendo".
Sim, eu sei que os motivos que mencionei para que se possa "aceitar" um convencido e arrogante são totalmente fúteis e banais. E daí que a pessoa é rica, bonita ou inteligente? Isso não é razão suficiente para ninguém se sentir superior. Mas quando isso acontece, quando alguém é arrogante por causa desses atributos, há um motivo. Pode não ser justificável e aceitável, mas há.
Agora, quando uma pessoa, que não tem nenhuma dessas três qualidades, beleza, inteligência ou riqueza - e sim, pra mim riqueza é uma qualidade. - e mesmo assim é metido e esnobe, que se considera melhor do que os demais, sinto vontade de instigá-la com extrema severidade. Cacete, a pessoa é feia, burra e pobre - e não, eu não acho pobreza um defeito, mas é uma condição -, e mesmo assim quer ter banca, recheada e transbordando? Ah, eu não aceito.
Mas como há utilidade para tudo e todos nessa vida, eu uso esse tipo de pessoa como espelho. Não que eu veja o meu reflexo. Não sou rico, mas garanto que sou bonito e inteligente. E não estou sendo prepotente e imodesto. Isso é um fato. Quem já leu alguns dos meus textos aqui publicados, sabe que o que mais faço é reconhecer os meus defeitos. Mas também preciso admitir os meus predicados. E também não vou negar, eu sou arrogante, mas não a ponto de me sentir superior a alguém. Mas voltando ao ponto em questão, eu uso esse tipo de pessoa como espelho para verificar se há alguma semelhança nas atitudes. Acredito que você tem ídolos, pessoas que você considera ícones e que se espelha em suas vidas. Mas também precisamos de pessoas que são exatamente opostas do que queremos ser, para saber o que não queremos ser - entendeu?- Precisamos comparar nossa forma de viver com as delas para ver se há alguma ligação,  e se houver, mudá-la. Não concordo que você compare sua vida com há de ninguém, cada um tem uma história, mas precisamos de exemplos, bons e ruins, para saber o que seguir, o que se tornar.
Para finalizar, não concordo, em nenhuma hipótese, com pessoas metidas, convencidas e extremamente arrogantes, sejam quem e como forem essas pessoas. Mas se você tem um QI mediano ou abaixo, se você não tem uma condição financeira considerável e se você não tem aspectos físicos harmoniosos, por favor, não seja esnobe e convencido. Se você é um gato não se sinta um leão, e se você for um leão tente agir como um gato. Afinal de contas, mesmo com todas as diferenças, todos somos iguais. E humildade, vinda de um gato ou de um leão, sempre é bem vista.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

A máquina quebrada


Ultimamente tenho andando extremamente desanimado. Não sinto vontade de fazer nada, absolutamente nada. Até escrever, por exemplo, que é algo que eu realmente amo fazer, já não me dá mais o tesão de antigamente. E mesmo forçando, mesmo tentando moldar um texto não consigo digitá-lo como faço normalmente. Tenho vários textos em rascunho, que comecei a escrever nessa fase de desmorecimento, que não consigo finalizar, porque me falta vontade e interesse. Esses textos tem conectividade com a minha vida, assim como todos que já postei, contêm as minhas opiniões e eu quero muito publicá-los , e vou, mas me falta ânimo. É como se eu estivesse bloqueado, que as palavras simplesmente fugiram da minha cabeça. E não vou postar algo aqui pela metade ou mal feito. Tanto que até peço desculpas se essa publicação ficar medíocre.
Tudo que começo não consigo terminar. Estou desatento, preguiçoso e cansado. Nada mais me excita - quer dizer, nem tudo. - Faço as minhas tarefas cotidianas, mas não por vontade e sim por obrigação. Sinto como se estivesse simplesmente respirando, sem sentir nada, nenhuma motivação, nenhum desejo. Quando acordo de manhã, quando saio de casa, quando converso, até quando penso, sinto como se estivesse repetindo uma mesma cena que já está desgastada e velha. É como se eu tivesse parado no tempo e a vida continuado.
O pior é que nada me aconteceu para esse abatimento. Quer dizer, coisas aconteceram sim, mas nada tão impactante - ou não, sei lá.- Simplesmente acho que é normal em uma determinada fase da vida, sobressaltar esse desanimo e desestimulo. 
Eu só preciso de um tempo pra colocar os pensamentos em ordem e recarregar as energias. A maquina está quebrada, mas logo voltará com força total. E eu sei que essa fadiga é momentânea. Que logo passará e que tudo voltará ao normal - se bem que nunca tive uma vida normal. - Mas até lá, vou ouvir músicas bem depressivas e melódicas , beber "moderadamente", jogar bastante vídeo game e LOL e comer bastante porcaria. 

quarta-feira, 21 de maio de 2014

domingo, 11 de maio de 2014

O sótão


Imagina que você faz parte de uma equipe que tem como meta construir uma casa.
A primeira coisa a se fazer é escolher um terreno. Ver onde a futura residência se localizará. Certo?
A segunda etapa, e talvez a mais importante, é fazer  uma planta, um esboço da casa.  Pra isso você, junto com a sua equipe, precisará trocar ideias e opiniões, pesquisar moldes, fazer cronogramas, buscar informações importantes, analisar possibilidades entre muitos outros. Com certeza abranger a fase de planejamento levará muito tempo, porém é nesse desgaste de inspirações e energia que você começará a sentir o verdadeiro tesão pelo objetivo. Você já estava excitado com o projeto, mas depois de ver o rascunho, nesse caso da casa, você ficará ainda mais admirado e louco para vê-lo concretamente.
A terceira etapa é colocar as mãos na massa. Para facilitar o processo o grupo decide designar uma parte da futura casa para cada integrante. Ou seja, cada cômodo da casa terá o seu responsável. Contudo, é nessa parte que começa os seus problemas, pois na hora de repartir as obrigações, os cômodos, o seu é o mais insignificante, o mais chato, o mais desnecessário de toda a construção, de toda obra, de toda a casa. Enquanto os outros ficaram com a cozinha ou os quartos, por exemplo, você ficou com o sótão, um simples e humilde sótão.Sim, cada cômodo tem o seu valor no corpo do projeto, que aqui no caso é a construção de uma casa, mas o de menor importância, que poderia ser feito por qualquer um, o menos interessante ficou com você.
Você tem capacidade suficiente para ter ficado responsável pela sala de estar ou o banheiro - vai dizer que o banheiro não é muito importante? - Ou até mesmo de ajudar na tarefa dos demais integrantes, não se importando em dividir o reconhecimento no final. Mas por motivos adversos, constituídos por longas proclamações em que afirmam que sua parte é importante tanto quanto as outras e que é necessário que alguém faça o sótão, você, mesmo não concordando e batendo o pé, fica com o maldito e entediante sótão.
Venhamos e convenhamos, ter um sótão em casa deve ser super legal. Eu mesmo adoraria ter um. Mas é uma parte de uma moradia que não precisa ser feita necessariamente. É meio que um bônus. Apenas isso.  Ter um sótão ou não na casa não vai mudá-la tanto assim, pois é perfeitamente possível viver sem um. Entende?
Desta forma, consequentemente você vai se sentir inútil. Você não quer receber mais prestígio do que os outros. Você simplesmente quer participar fazendo algo relevante, que você se identifique. Saber que os tijolos de um cômodo, verdadeiramente essencial, foi colocado, planejado e feito por você.
Quando isso acontece só há duas opções - não que seja comum você receber o convite de construir uma casa. Usei o exemplo em metáfora. - A primeira opção é sair da equipe e tentar construir a sua própria casa. No meu caso não dá porque não seria justo nem comigo nem com o grupo. A segunda é aceitar, mesmo indignado, espumando de raiva e completamente transtornado, o seu sótão.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

A mágica


Passarei agora a descrição de um truque bem legal. Está pronto? Siga passo a passo que no final vai acontecer algo bem legal. Preparado?

Pense em uma pessoa.
Pensou?
Agora pense em um número de 1 a 10.
Agora pensem novamente na pessoa que você pensou antes.
Tem que pensar mesmo.
Pense no seu número novamente.
Agora escolha uma letra. Qualquer uma.
Escolheu?
Agora pense na pessoa que você pensou anteriormente, no seu número e na sua letra.
Fez?
Pra finalizar estrale os dedos e aperte o ENTER do seu teclado.
Sabe o que vai acontecer agora????????????????????????????????????????????
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sexta-feira, 25 de abril de 2014

A arte do foda-se

 

Eu gasto uma grande quantidade de tempo tentando me entender. Mentira, eu não gasto uma grande quantidade de tempo tentando me entender, mas gasto uma grande quantidade de tempo nas minhas frustrações, nos meus devaneios e em minúcias. Aliás, eu gosto muito da palavra "minúcia". Não por gostar do seu significado e sim porque ela define muita coisa pra mim. Se você ficou com preguiça de jogar no Google, minúcia significa algo insignificante, ninharia, com pouco ou nenhum valor, que se aplica perfeitamente na questão de se importar com coisas fúteis, basicamente sem nenhuma utilidade.
Infelizmente eu sou assim, me apego, me entrelaço, me amarro com minúcias e por isso, muitas vezes,mais muitas vezes mesmo, me machuco, me frustro, me decepciono por bobagens, por minúcias.
Eu tenho um grande defeito, além desse de ser familiarizado com minúcias. Eu tenho complexo de inferioridade, mas sou narcisista. Eu sei, é difícil de entender, mas vou explicar. Eu sou um cara extremamente vaidoso, egocêntrico, vaidoso, um pouco arrogante e vaidoso. Mas eu só sou assim,vaidoso, porque me sinto inferior, em vários aspectos, e também por não me sentir capaz. E por causa desse complexo, várias outras questões, várias minúcias, me atingem.
Há alguns dias - aliás, há algumas semanas, pois fiz esse texto faz um tempo, mas só agora consegui publicá-lo - eu estava voltando da faculdade com alguns colegas da minha classe. No metrô, quando chegou em uma determinada estação, parte do grupo desceu e outra, sendo que eu estava nessa, continuou no vagão. Mas alguns, dos que desembarcaram, não se despediram de mim. Enquanto os que continuaram no vagão foram cumprimentados pelos que desceram, eu, apenas eu, não. Fui ignorado, excluído, rejeitado.
Eu fiquei com essa cena martelando na minha cabeça. Fiquei tentando achar alguma resposta na gama das possibilidades; Talvez os que não se despediram de mim não me viram, já que estava cheio a composição e na hora de descer precisaram sair depressa. Talvez  não perceberam a indelicadeza cometida. Pode ser também que não gostam de mim, que não se importam. Enfim, existem centenas de opções e poderia ficar aqui por muito tempo as escrevendo.
Pra mim o fato dessa simples cena me prejudicar se torna uma minúcia, pois o que importa o motivo pelo qual eu não fui cumprimentado? Isso acontece com qualquer um e tenho quase certeza que não foi de propósito. Mas fiquei com esse peso até encontrar uma resposta. Sim, isso mesmo, eu consegui achar uma solução prática e rápida para essa minúcia. Por fim, encontrei uma refutação satisfatória. Sabem qual???????????? Foda-se. Isso mesmo, foda-se, foda-se, foda,se e foda-se. Calma, não estou mandando vocês ou eles se foderem. Foda-se é a minha incontestável resposta para a minúcia. Foda-se. Pra que ficar com cabelos brancos e gastar energia pensando nisso ou até mesmo em qualquer outra futilidade se posso simplesmente dizer um foda-se, dane-se ou vai toma no cu? Às vezes não precisamos entender a minúcia e  sim tratá-la como o que ela é. É libertador, sério mesmo, mandar se fuder um empecilho e ignorá-lo ao invés de ficar em consumição.
Aliás, lendo agora essas últimas linhas, percebo o quão burro e idiota eu estava sendo todo esse tempo, todos esses anos, porque tinha a solução de vários problemas nos meus lábios. A arte do foda-se é incrível, simplesmente incrível.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Da série: O cinema



 
Se existe algo ruim, pior que ouvir a voz daquela mulher da Top Therm, é ir ao cinema sozinho. Você deve ser extremamente maduro psicologicamente para não cair em uma profunda depressão e reflexão depois de ir sem nenhuma companhia para esse lugar, e mesmo assim, há chances de você ficar se sentindo um excluído solitário. Pode parecer que não, pelo fato de eu ser socialmente ativo, cheio de fans e super simpático - estou sendo irônico -, mas eu já fui ao cinema sozinho. Não vou negar que poucas vezes, talvez umas duas ou três, mas sim, já fui - e não estou sendo irônico.
Da última vez que pretendi ir ao cinema foi porque estava em cartaz um filme que eu realmente queria ver  e como nenhum dos meus amigos - reais e imaginários - quiseram ir comigo, fui sozinho mesmo.
" Eu sou uma pessoa legal, eu sou uma pessoa legal, eu sou uma pessoa legal..."  Assim que entrei no shopping, lugar que também odeio pela sua concentração de pessoas felizes, comecei a repetir, mentalmente, essa frase verdadeira, verídica e sincera " Eu sou uma pessoa legal, eu sou uma pessoa legal, eu sou uma pessoa legal... "
Subi um lance de escadas rolantes e comecei a andar em direção a bilheteria, passando por casais melosos,adolescentes escrotos, idosos de bengalas e crianças catarrentas.
Depois, já com o ingresso na mão, fui comprar a pipoca e o refrigerante.
" Eu estou aqui sozinho, por opção." pensei, cético " Poderia ter convidado várias pessoas, mas estou aqui por opção. Eu sou bonito, alto, tenho dentes e tomo banho quase todos os dias. Tenho condições suficientes para não ter vindo sozinho se quisesse. Eu sou uma pessoa legal, eu sou uma pessoa legal... "
Cheguei ao lugar onde se pode comprar pipoca, refrigerante e chocolate antes de ir assistir o filme, que agora eu esqueci o nome.
" Sim, isso mesmo, eu estou aqui no cinema sozinho, mas tudo bem. Não há nada errado de vim ao cinema sozinho. Além do mais, podia ser pior, eu poderia encontrar alguém e..."
- Daniel?
" Aí meu Deus, não, puta merda." Alguém havia me chamado. " Droga. "
Me virei e vi que quem me chamou foi um colega do tempo da escola. Anderson, um garoto que estudou comigo na sétima e oitava série. Estava acompanhado com uma garota. Fazia muito tempo que não nos víamos, mas mesmo assim o maldito me reconheceu. Nós nem éramos amigos.
- Daniel? - repetiu ele. - Anderson, da escola.
- Eu lembro de você - " infelizmente" - Tudo bem com você?
- De boa e você? Tá diferente.
- É, mudei um pouquinho - " maldito, miserável, escroto, o que você tá fazendo aqui? " - Tem visto alguém da escola?
- Só alguns moleques mesmo. Ah deixa eu te apresentar - e apontou para a garota ao seu lado. - Essa daqui é Alessandra, minha namorada.
- Tudo bem? - cumprimentei, rezando para sair dali o mais rápido possível.
- E você veio com quem? -perguntou o cretino.
" Maldito, filho da puta. Quem falou que pra vim ao cinema precisa estar acompanhado? Eu sou um cara legal, eu sou um cara legal, eu sou um cara, ah foda-se "
- Bom - comecei, vendo que não tinha outro jeito se não mentir - eu vim com alguns amigos, sabe?
- Legal, mas cadê eles? - Foi a vaca da namorada dele, Alessandra, que perguntou dessa vez.
- Ah... eles estão... - " droga, o que eu faço? Estou sozinho aqui, o que eu faço? O que eu faço? O que eu faço? " - ééé... - foi quando vi uma dupla, uma garota loira e um garoto topetudo perto de um banner. - Ali - e apontei para esses dois. - Vim com eles, meus amigos. Grandes amigos - e tentando mudar de assunto. - Vocês vão assistir qual filme?
- Ainda não sabemos - respondeu Anderson. - Primeiro vamos dar umas voltas pelo shopping. Preciso comprar um presente pra minha mãe.
- Entendi. Bom, eu preciso ir, foi muito bom te... - mas parei de falar porque o pior aconteceu. A dupla que eu havia dito serem meus amigos, a loira e o topetudo, se aproximou, ficando praticamente ao meu lado. Fiquei sem reação, com o cu na mão. Eles eram meus "amigos" eu se eu saísse assim, sem mais nem menos é claro que o Anderson e a namorada dele iriam notar a mentira.
- Seus amigos - apontou Alessandra.
Os dois, o topetudo e a loira olharam, percebendo que eram com eles que ela havia se referido.
- É, é mesmo - e, não entendendo até hoje da onde eu consegui ser tão sínico. - Olá pessoal. Eu já iria comprar a nossa pipoca - eu disse para os meus agora amigos, o topetudo e a loira.
Os dois me olharam com uma cara de total estranheza.
- Desculpa... - começou a dizer o topetudo, mas eu rapidamente o cortei.
- Calma, o filme ainda não vai começar éééé Elvis - foi o primeiro nome que veio na minha cabeça.
- Elvis?  É uma homenagem ao Elvis Presley? - Anderson, maldito, questionou.
- Mas meu nome... - mas eu novamente cortei o agora Elvis.
- Sim, sim, sim, claro que sim - meu estômago revirava. Eu falava feito um louco desvairado. Eu tentava manter a normalidade, mas era impossível - Uma homenagem ao Rei do Rock - e tremendo levemente os meus lábios com toda aquela mentira. - E essa daqui é... Julia, o nome dela é Julia.
- Olha, desculpa mesmo, mas eu acho que... - dessa vez foi a loira, batizada por mim de Julia, que começou a contestar, mas novamente eu fui mais rápido.
- Deixa eu explicar meus amigos, meus grandes e fies amigos. Nós, e eu disse NÓS, viemos juntos para o cinema e eu acabei encontrando o Anderson, que estudou comigo e sua namorada - e apontei para o broxa e a vaca. - Mas eles já estão indo não é Anderson, NÃO É?
- Olha eu não te conhe...- Quando Julia iria dizer a verdade eu me transtornei.
- HA HA HA HA HA AH, ah Amanda - e lembrando que na verdade o nome dado para ela por mim foi Julia - Quer dizer Julia, seu nome é Julia. Então, JULIA, você é muito legal, muito legal - e passei o braço envolta do pescoço da Julia, rezando para o topetudo não ser o namorado dela. - Você é muito engraçada mesmo - e pra não correr risco. - Vocês -  e puxei o Elvis - são muito legais, muito legais. Vieram comigo ao cinema, comigo. Eu não vim sozinho, feito um doente, depressivo e carente. Não, não e NÃO. Elvis e Aman..., Julia, JULIA, me conhecem há muito tempo, muito tempo.
Olhei para Anderson e sua namorada e os dois me olhavam estarrecidos.
- Bom - eu percebi que eles ficaram desconfiados, mas não poderiam provar nada. - Precisamos ir agora. Foi muito bom te rever Daniel, e prazer em conhecê-los Elvis e...
- Aman, Julia, o nome dela é Julia. J-U-L-I-A. - e instintamente apertei os dois, Elvis e Amanda, que dizer Julia, JULIAAAAAAAAA, ainda mais.
- Ok, prazer, prazer.
E sem dizer mais nada, Anderson e sua namorada saíram.
Quando percebi que eles já haviam se misturado com a multidão, que não podiam mais me ver, soltei o Elvis e a Julia, quer dizer Aman, não tá certo mesmo, é JULIA. Soltei os dois, olhei para eles extremamente envergonhado e simplesmente falei para Elvis e JULIA:
- Eles são malucos né? Bom, espero que vocês assistam um ótimo filme. Obrigado
E saí, meio tonto pela adrenalina.


Moral da história: Eu sou uma pessoa legal, eu sou uma pessoa legal, eu sou uma pessoa legal.