sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Um ano novo sem expectativas

 

    Mais um ano que se vai e outro que se chega. As promessas e expectativas que fizemos para este ano, ficarão para trás, independente de terem sido realizadas ou não, e novos projetos surgiram para o ano adjacente.
    No dia 31 de dezembro, mas precisamente a noite, quando estamos em volta da família e amigos, renovamos nossas energias, trocamos afetos e bebemos é claro. No meio dessa cena, instintamente fazemos nossos próprios votos para o ano que está prestes a chegar. Ficamos em expectativas e prometemos as mais distintas metas. O ano novo proporciona isso, um novo começo, uma nova estrada, um novo lugar.
    Mas sinceramente para esse ano, eu não quero criar nenhuma esperança. Não quero selar nenhuma pendência comigo mesmo. Para 2014 já tenho meus planos fundamentais, como a minha faculdade e encontrar um novo emprego, que já estão esquematizados,  mas não quero formular devaneios que não tenham nenhum indício de que possam acontecer. Quero que esse ano, a vida me surpreenda - pelo lado bom, por favor. - Como já mencionei em um texto aqui, quando estamos sem expectativas, tudo que surgir é válido, já estamos no nada mesmo então o que vier vai ser lucro.
    Como disse, quero que 2014 me surpreenda. Quero que esse novo ano seja repleto de novidades positivas. Minha promessa, quando os fogos de artificio ganharem os céus, será esperar o melhor que a vida pode me dar.


   Feliz ano novo para todos!
   Volto em 2014 com mais melancolia, humor e sinceridade. Então até mais.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O louvor

 


    Nada como ouvir um louvor que te ajuda a levantar a cabeça não é irmãos e irmãs? Que te faça enfrentar os problemas da vida. Não se estresse, não se abata, não desista!!!! Diga a frase do poder, diga a frase mágica!! Proclame as palavras libertadoras, as palavras que te salvarão da depressão, do medo, do sofrimento!!! Garanto que vocês irão ter paz meus queridos!!!! Não  esqueçam de pagar o dizimo em. Cantem juntos: Vai tomar no cu, vai tomar no cu....





domingo, 15 de dezembro de 2013

Nada

 
   Sabem o que estou fazendo neste momento? Nada. Absolutamente nada. Bom, tecnicamente não estou fazendo nada, pois estou fuçando os perfis de alguns amigos - principalmente aqueles que eu acho inferior a mim- e twittando. Mas em termos de função ou ocupação mais excitante, eu não estou fazendo nada.
   Muitas vezes é do nada que surge as mais brilhantes ideias. Quantas vezes vocês não estavam deitados ouvindo músicas ou postando fotos no Instagram e simplesmente, sem nenhum aviso prévio, uma grande e inovadora ideia surge. Comigo é assim. Não que os meus inusitados pensamentos sejam brilhantes. Mas muitos dos meus projetos simplesmente aparecem assim, do nada.
   O nada é simplesmente nada. Eu sei que vocês depois de lerem essa afirmação com certeza irão pensar que sou idiota e que não sei escrever. Bom, idiota eu não garanto, mas com certeza sei escrever muito bem - tirando alguns erros de ortografia. - Mas o fato é que o nada é e sempre será o nada. Há simplesmente vazio, nenhuma coisa, nenhum sinal, nenhum som, nada. Puramente nada.
   Agora vamos refletir. Não é melhor viver no nada, do que rodeado de expectativas?
   Quando estamos sem nenhuma meta na mente, quando não esperamos resultados, quando simplesmente aguardamos a vida nos presentear com o que ela quiser, os dias não ficam mais fáceis? Já estamos no nada mesmo, então o que vier vai ser lucro, não?
   Agora, quando vivemos em respectiva permanente, quando desejamos com avidez certos rumos e sonhos, garanto que existe uma grande possibilidade dos mesmos não se concretizarem e se acontecerem não serão da mesma forma que arquitetamos. Sei lá, mas parece que quando queremos algo, quando perseguimos aquilo que almejamos, menos chaces temos de alcançá-lo. Ao contrario do nada, que se conseguimos ou não já estamos na merda mesmo, então não vai fazer diferença. Porém como eu mencionei, é do nada que surgem as melhores ideias, então existe grandes chances de ser por este caminho que o melhor está por vim. Aliás, fazendo um levantamento, acabei de perceber que grande parte das coisas boas que recebi vieram do nada.
   Sonhar é bom, é muito bom, é ótimo. Já disse aqui algumas vezes, mas repito, eu sempre serei um sonhador. Contundo, não permitir que esses devaneios se sobressaltem, a ponto de não permitir que se viva sem a realização dos mesmos, também pode ser gratificante. É do nada que surgem as verdadeiras surpresas e é do nada que espero o tudo.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

5 músicas que todos deveriam escutar antes do fim do ano Vol: 2


   O fim do ano está chegando e, como no ano passado, montei uma setlist que na minha opinião, todos deveriam escutar antes da chegada de 2014.
 
Ben Howard - Oats in the water




Lana Del Rey - Angels Forever 


                                                           

Jamie N Commons - Lead me home




Pitty - Déjà Vu





Thirty Seconds To Mars - City of angels





quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Meu combustível



    Às vezes, ela vem muito rápido, sem nenhum aviso prévio. Outras, ela desaparece por dias. Às vezes, ela chega cheia de expectativas e inovações. Outras, ela aparece fracamente, cansada e sem muita nitidez, porém com o tempo, sua moldagem vai ganhando proporções, linhas e sentido. Comigo não adianta forçar, pois quando ela não está afim, ela se fecha, sem se pronunciar e só se abre quando quer. E quando tento, mesmo assim, violar a sua decisão, tentando criar por conta própria, o resultado final fica bem abaixo do esperado. Praticamente sem alma. Muitos chamam essa peça fundamental de ideias ou inspirações. Eu também uso esses nomes, mas para mim ela é um órgão essencial e fundamental para mim. É meu principal combustível para acessar a constante e bagunçada criatividade que tenho na caixola, pois sem ela, fico totalmente a merce de ideias fracas e comuns. Preciso de combustível, de material suficiente, para escrever, desenhar, compor, inventar e criar. Até os meus twetts precisam de alguma pilastra, de algum fundamento - mesmo boa parta das minhas mensagens serem totalmente irrelevantes.
    Sou totalmente dependente de inspirações. É um componente essencial na minha vida.




domingo, 24 de novembro de 2013

Da Série: A velha, mas não tão velha assim

 
 
   Quando estou sentando no ônibus ou metrô, mesmo se não estiver cansado, eu não saio do meu lugar para fornecê-lo aos outros. Um, porque provavelmente eu lutei por ele. E dois, porque não quero ir em pé. Mas quando os bancos preferencias, TODOS, estão ocupados e vejo algum idoso, ou deficiente, espero para ver se alguém vai levantar. Se eu perceber que ninguém vai tomar a gentileza, levanto, com muito esforço e raiva, mas dou o meu lugar para o necessitado. Só assim, forneço o meu aconchegante e precioso banco.
   Eu estava sentando em um dos bancos do metro, lendo um bom livro - Harry Potter e a Ordem da Fênix, de novo.
   Percebi que uma senhora velha, mais não tão velha assim, entrou. Ela devia ter no máximo uns 55 anos. Ela ficou bem do meu lado, em pé, pois o vagão não estava cheio, porém todos os bancos estavam ocupados.
   Depois de alguns segundos, percebi que a senhora ficou me olhando. Parecia que queria dizer algo.
   Eu fiquei na minha. Continuei lendo o meu livro.
   A velha, mais não tão velha assim, percebeu que eu não estava dando atenção. Então começou a resmungar.
   - Nossa que calor. Meu Deus, ninguém me oferece um lugar...
   Olhei para frente, para dois assentos preferencias, que já estavam ocupados. Contudo um dos usuários era uma moça, jovem que não demostrava ser deficiente e muito menos que estava gravida.
   "Eu não vou fornecer o meu lugar" pensei. "Com aquela moça ali sentada. Se a velha quiser sentar, que vá lá e reclame com ela".
   - Nossa que povo folgado. Sem educação e respeito aos mais velhos. Eu mesma...
   A velha, mais não tão velha assim, continuava a reclamar, porém ela olhava para mim. Como se aquela oratório e insultos fossem direcionadas para mim.
   Eu baixei a cabeça, e continuei a minha leitura.
   A senhora, provavelmente insatisfeita com o desprezo que dei à suas palavras, começou a me cutucar com o seu guarda chuva. Me deu três cutucadas seguidas.
   Parei de ler, olhei para ela, pensei em dizer algo, mas decidi me calar.
   A iminente idosa, satisfeita em ver que conseguiu minha atenção, me deu novas três futucadas.
   Não resisti. Pousei o meu livro, olhei para a senhora e com educação disse:
   - Senhora, você está me cutucando com o seu guarda-chuva.
   - Sim estou - reconheceu a senhora, com aspereza. - Só assim pra conseguir sua atenção. Você podia muito bem fornecer o seu lugar.
   - Eu? - estranhei, inesperado com a atitude da senhora.
   - Sim, você. Você podia deixar de ser preguiçoso e levantar daí.
   - E porque eu faria isso? - eu estava começando a ficar envergonhado, porque os mais achegados, estavam ouvindo, mas mantive a calma sem demostrar displicência.
   - Porque eu tenho preferência seu moleque. Olha pra minha idade.
   - Preferência? Me desculpa, mas eu não tenho culpa de você ser uma velh...idosa - remedei. - E além do mais - nessa hora apontei para os bancos preferencias - os lugares preferencias são aqueles ali. Eu não tenho obrigação nenhuma de te fornecer esse banco.
   - Haaaa mais como você é petulante meu filho -a velha, mais não tão velha assim, estava visivelmente irritada.
   - Eu sou petulante? A senhora que é ranzinza.
   - Deixa, deixa, não quero mais sentar não. Obrigada por sua gentileza - obviamente ela estava sendo irônica. - Tenho muito mais disposição é vitalidade do que você, que ainda é jovem.
   - Se você realmente fosse tão disposta assim, não estaria brigando por um banco - rebati.
   A senhora me olhou com ódio mortal. Pensei que tentaria perfurar a minha cabeça com aquele guarda-chuva. No instante seguinte, ela disse, com a voz mais calma.
    - Meu filho, um rapaz tão bonito como você, falando isso pra mim.
   - Sério que você me acha bonito? É éé quer dizer, senhora eu não quis te ofender, só acho injusto eu ter que dar o meu lugar. - e novamente apontei para os bancos à minha frente.
    A velha, mais não tão velha assim, olhou para os bancos preferenciais. Viu a moça que estava sentada lá. Eu jurava que a jovem, ao contemplar a discussão, deduziria que no final sobraria pra ela, e fingiria estar dormindo. Porém, a burra, ficou olhando todo o bate boca, e não pode fazer nada. Quando a quase idosa se encaminhou para ela, a jovem nem fez questão, e se levantou, colocando, enfim, um ponto final na discussão.


Moral da história. A velha era velha, mas não tão velha assim.
 
 

domingo, 17 de novembro de 2013

Apenas digitando

 

    Será que o destino realmente existe? Será que o futuro realmente é desenhado com antecedência? Será que o prospero é arquitetado conforme nossas atitudes de hoje? Será que tudo há respostas? Será que tudo há verdades? Será que o mundo realmente é  dos mais espertos? Será? Será? Será?
    Se a dúvida não existisse, as frases não começariam com serás, e não teriam pontos de interrogação. As duvidas, o incerto, as probabilidades movem o mundo, geram questões e permutas. É com elas e por elas que dividimos nossas concepções e olhamos para os lados sem saber qual é a melhor opção a seguir.
    Eu escrevo para desabafar, para transpassar um pouco da minha bagunçada e complexa mente. Não tento me entender, por que isso é uma missão impossível. Mas posso tentar ver, com outros olhos, as minhas definições. São exatamente duas e cinquenta e cinco da manhã - fiz esse texto no sábado, mas só o publiquei agora.- Olho para o relógio e vejo quanto tempo já se passou. Quantas horas, minutos e segundos que passo, todos os dias semanas e meses, com dúvidas, com incertezas, com possibilidades. Realmente não estou escrevendo um texto detalhista e argumentativo pois estou simplesmente movendo os meus dedos sobre o teclado, digitando o que vem na minha cabeça, mesmo sendo frases desconexas. Então caso aja um novo leitor, por favor não baseie o conteúdo e textos no blog apenas lendo este. Estou sendo meio "hipster" em relação a narração dessa postagem.
    Às vezes é bom deixar de moldar o esperado. Esperar o incerto, e sim viver com o talvez, com o quem sabe. Sem expectativas, sem perspectivas. Não quero muito, mas só o suficiente. Não quero ser ótimo. Um bom, um legal, um intermediário já tá bom. Não quero ser um nota dez. Um sete ou oito é o suficiente. Não preciso ter um milhão de seguidores no Twitter - mas se um dia eu tiver, não vou reclamar.- Olho para os lados e não consigo entender como as coisas podem ser tão simples e eu, com minha complexidade, fazê-las tão complicadas, árduas e difíceis.Talvez seja esse o meu martírio, não poder ver a beleza e facilidade que o mundo é.
   Queria absorver do mundo apenas o que é essencial, necessário e preciso. Mas não consigo evitar minucias do dia a dia. Me apego a bobagens alheias. Finjo que não ligo, mas por dentro fico ruminado por uma simples risada, olhada ou comentário. Falo que tenho opinião própria, mas a mesma muda com um simples abalo. Não sou forte, nunca fui e talvez nunca seja. Apenas sigo. Apenas caminho. Apenas espero, mesmo não querendo esperar.


 

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Da série: " Os panfletos"

 

   É praticamente impossível eu sair de casa sem estar usando um boné. Bonés são meus vícios. Mas também é extremamente raro eu sair da minha residência sem um bom fone de ouvido, conectado no meu celular - que sim, é um Galaxy. - Eu não consigo andar pelas ruas sem  esses fios enroscados nas minhas orelhas. Fico realmente concentrado nas músicas, e prova disso foi o que me aconteceu há alguns dias.
    Eu estava à caminho do trabalho. Ao longe vi um pequeno grupo de pessoas postas ao lado da escadaria do metrô. Elas, o que me pareceu de inicio, estavam segurando panfletos e anunciavam a multidão que descia as escadas:
   - Vamos pegar pessoal é de graça.... ".... He'll look around the room, he won't tell...." - The foste People: Pumped Up Kicks. Muito foda a música. -  Prevenção em primeiro lugar. Doenças é o que... "... Hanging out his mouth he's a cowboy...." Aqui, peguem aqui jovens e adultos, vamos nos..."... All the other kids with the pumped up kicks..."
   Eu, vendo o embalo de algumas pessoas e centralizado na música, ao passar pelo corredor, antes de descer as escadas, estendi a mão para uma mulher, que fazia parte da equipe, esperando os "panfletos". Mas, ao invés de receber os folhetos, ganhei camisinhas. Sim, camisinhas.
   Foi aí que percebi que na verdade, todo aquele bando, era uma pequena campanha em prol da prevenção e conscientização sexual. Eles estavam distribuindo preservativos de graça para a população.
   Tudo bem, eu sei que essa iniciativa pública não é nenhuma novidade. Apoio essa campanha. Sexo sempre com camisinha. Mas, o que me chamou a atenção, foi a quantidade incontável de preservativos que a mulher me deu. Sério mesmo, eram muitas, mais muitas camisinhas. Tive que pegar até com as duas mãos, para não deixar cair aquele bolo de pacotinhos. Enquanto as outras pessoas ganhavam umas duas cartelas, eu recebi praticamente um pacote.
   Enquanto eu descia a escadaria em direção as catracas da estação, tentando guardar as dezenas de camisinhas na mochila, sendo que as pessoas que vinham na direção oposta me olhavam, tirei os fones dos ouvidos e comecei a pensar porque  ganhei tantos preservativos assim.
   " Será que ela me achou com cara de ninfomaníaco?" divaguei " Que transa dia e noite sem parar? He he he he fazer o que se sou, não espera, talvez ela tenha me dado todas essas camisinhas com uma mensagem adversa. Sim, isso mesmo. Me achou com cara de idiota e solitário que nunca transa, e por isso me deu inúmeras camisinhas me incentivado a transar. Velha filha da puta. Quem ela pensa que é pra, não, talvez ela só queria terminar logo a jornada de trabalho e por isso me presenteou com tantas....
   E fiquei absorto nessas estipulações até chegar no inferno na terra, mais conhecido como trabalho.

    Moral da história: Para o meu próximo aniversário, as bexigas já estão garantidas. 


domingo, 20 de outubro de 2013

Da série: A nossa batalha não é carnal e sim espiritual.

 

    Eu estava sentando em um banco dos fundos de um ônibus, que por sinal estava mais pinchado que banheiro de escola, lendo um livro.
   Depois de uns dois pontos mais ou menos, uma mulher se sentou ao meu lado.
   Ela, poucos segundos depois de se acomodar no assento, começou a me olhar com demasiado interesse. Não disfarçava sua fitada.
   Eu, percebendo que a estranha me olhava, continuei a minha leitura, embora a minha concertação não estivesse mais afiada.
   Depois de alguns minutos, a mulher finamente cedeu e começou a puxar assunto comigo.
   - Ei, menino, o que você está lendo?
   No instante que a mulher abriu a boca, um cheiro de comida estragada subiu. A boca da pobre fedia a carniça, mas mesmo assim respondi sua pergunta.
   - A batalha do apocalipse - disse, ao mesmo tempo que fechava o livro e mostrava a capa.
   - Hummm sei - respondeu, balançando a cabeça. - A nossa batalha não é carnal e sim espiritual.
    Imaginem uma mulher, provavelmente com mais de trinta e cinco anos, baixa de cabelos cacheados, proferindo essas palavras de uma forma misteriosa. Ela não parecia uma religiosa. Estava mais para uma feiticeira, de filmes, que revela ao garoto uma maldição, ou aonde ele poderá encontrar a espada mística, sei lá.
   Eu, surpreso com essa colocação e pelo bafo que a mulher continuava liberando, simplesmente abri um leve sorriso, sem entender.
   - Sim - disse a boca podre, ainda balançando a cabeça em positiva - a nossa batalha não é carnal e sim espiritual. Eu mesmo não gosto de ler muito. Só leio a bíblia mesmo.
   " Ah, agora entendi " Pensei, entendo a semelhança que ela fez. O livro realmente aborda o fim do mundo, mas é muito mais ficção do que os relatos do fim dos tempos. E, mesmo assim, embora ela tenha assemelhado o livro a fatos religiosos, a forma cética como ela falava era estranha.
   - Eu mesmo, já roubei, já me droguei, já me prostitui, já me relacionei com outra mulher - " mas escovar o dente que é bom nada né" pensei. - Meu marido já roubou, estava preso. Mas tudo mudou. tudo.
   - Que bom - respondi, sem jeito, agradecendo a Deus por está usando óculos de sol na ocasião, e assim, a bafo de bosta não perceber o meu estranhamento.
    Eu não queria saber os relatos da existência da Bala de Bosta. Fiquei feliz pela progressão que ela fez em sua vida. Mas dane-se. Eu não conhecia aquela mulher. Não queria ter intimidade. Vai que ela começasse a me contar bizarrices -detalhadas- da sua juventude, o que comeu no café da manhã ou o que gostava de fazer.
   - A nossa batalha não é canal e sim... - " Espiritual, já entendi, já entendi" - espiritual... Eu vou deixar você continuar a ler o seu livro, quem sabe um dia você não resume ele pra mim.
   - Claro, pode deixar - disse, imaginando que só resumiria o livro um dia para aquela mulher se ela me garantisse que não abriria a boca nem pra respirar.


Morais da história: A nossa batalha não é carnal e sim espiritual. E, pasta de dente é bem barata.

 
 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Respostas e opções



    Respostas. É exatamente isso que busco. Respostas, respostas e respostas. Eu as exijo de Deus, da vida e do destino. Tenho o direito de obtê-las, certo? Você também  deseja, em algum ponto da sua existência, as valiosas decifrações. Quantas vezes não nos perguntamos por que determinada situação aconteceu? Ou o contrário. Quando nada acontece, também já é motivo para revoltas, não é? Tudo está ligado em respostas. Tudo há respostas. Tudo sempre terá respostas. Não dizem que tudo tem um sentido? Um motivo?
   Mas, quando desejamos essas graciosas preciosidades da vida, pensamos que, quando alcançá-las, quando finamente tivermos elas nas mãos, elas, as almejadas e difíceis respostas, resolverão nossos problemas. Associamos resoluções a soluções. Mas raciocinando melhor, analisando muito bem as circunstâncias e sendo realista e prático, quem garante que respostas trarão soluções? Quem afirma, com total convicção, que há em tudo uma explicação satisfatória? Quem assegura que, quando chegarmos no ponto final, depois de termos percorrido um longo e tortuoso caminho, em busca de respostas, elas não nos decepcionaram? Respostas não quer dizer necessariamente boas notícias. Aliás, respostas não tem nenhuma ligação, concreta, de bons presságios. Respostas, são simplesmente respostas. Eu posso muito bem perguntar à Deus, porque a minha vida é assim, tão complexa e ele, simplesmente e bondosamente me responder: " Filho, sua vida é assim, porque você quer". Essa refutação até pode ser clara, explicita e direta, mas não é a resposta que tanto busco.
    Respostas são tão mistas quanto opções. Porém, opções são tomadas totalmente por nós. Por toda a vida teremos escolhas. Todos os dias temos possibilidades. É como quando jogamos vídeo game. Sabe quando você não consegue passar de nível? Por mais que tente, derrube o controle no chão, xingue a máquina, dizendo que ela está roubando - e ela rouba mesmo em -, pesquise na net o detonado do game, mesmo assim, depois de tudo isso, você não consegue passar de tela? Pois bem, é aí que surge as escolhas. Você pode muito bem, continuar a tentar, e quem sabe, um dia, de tanto apertas os botões, finamente você consiga passar de nível. Ou você pode decidir desligar o console e fazer outra coisa. Ou ainda, você pode simplesmente mudar de jogo. Tudo bem, eu sei que desistir de um jogo, parte o coração - não é Nerds? -, mas desistir nem sempre é perder. Você deixou de jogar um jogo, e permitiu conhecer outro. Talvez até mais legal. Essa vicissitude tem tudo haver com respostas e opções. Respostas, são e sempre serão enigmáticas e imprevisíveis. Porém, opções não. Temos total liberdade e arbítrio de escolher como queremos caçar as respostas. Podemos, pelo menos, escolher se queremos continuar a jogar, desligar o console, ou mudar de jogo.


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

As espécies que habitam nas festas

 

   Em festas de família, aniversários, noivados, casamentos, churrascos nas lajes, entre outros, podemos encontrar uma natureza rica de espécies humanas. Cada uma dividida de acordo com a sua casta e ideologias, sendo essa divisão baseada em sua naturalidade, características e comportamento. Festas é um campo incrivelmente abundante em linhagens, e é possível abordar, além dos brindes e arrotos causados por marcas deprimentes de cerveja, sua natureza. Segue abaixo algumas "espécies"

Os Tediomidez


   Os Tediomidez, é uma espécie bastante expressiva nas festas - aliás, eu faço parte dessa casta.- O nome Tediomidez se deriva das palavras tédio e timidez. A maior característica desses seres é o fato deles passarem praticamente todo o tempo da festividade, sentados à uma mesa distante dos olhares alheios, ou encostados em alguma parede. Outra particularidade bastante significativa dessa espécie, e delas sempre estarem com algo nas mãos; um celular, um copo, um salgado, são alguns exemplos. Os Tediomidez não representam nenhum perigo, pois sua timidez é considerada altíssima e seu tédio mais estridente ainda.




Os Bêbados




   Os Bêbados, também conhecidos como Paus de cana, Cachaceiros, Bafo de gasolina, irmãos do Zeca pagodinho ou Alcoólatras, é a classe mais comum em festividades. Em todas as comemorações, independente de serem luxuosas festas ou humildes churrascos, os Bêbados estão presente e, em alguns casos, em grande massa. Os instintos dessa espécie é a mais instável que existe, pois é imprevisível saber como eles reagirão ao longo da noite; alguns agem com demasiada felicidade, outros com extrema tristeza e tantos outros partem para a ignorância humana.




As Mães Postiças


   As Mães Postiças, é uma família biológica constituída somente por fêmeas. As Mães Postiças, recebem esse nome pois passam toda a festa com uma criança no colo. Só que detalhe; essa cria que elas carregam não são seus filhos. Elas escolhem um priminho ou sobrinho, que mal sabe falar e que ainda usa fraudas, e passam a noite toda com eles.
   As Mães Postiças, também conhecidas popularmente como encalhadas, fazem essa prática unicamente para nivelar o fato de serem sozinhas e carentes. Desfrutam da inocência  das pobres criancinhas para descarregarem suas emoções e, é claro, não evidenciar a ausência de um companheiro.




Os Fodões



   Já os Fodões, é uma linhagem constituída apenas por machos. Os seres que participam dessa casta são aqueles homens que fazem sua própria fortificação, exclusiva para eles. Juntam umas duas ou três mesas, cheias de bebidas alcoólatras, e passam a festa toda debatendo sobre  futebol, mulheres - quando as suas próprias não estão por perto, é lógico - e carros. Os Fodões são seres extremamente competitivos. Competem entre si, de forma nivelada e íntima, quem tem mais testosterona e quem tem o maior pênis.




Os Metíodes


Os Metíodes, é a raça mais arrogante nesse ciclo. Querem demostrar poder aquisitivo há qualquer custo. Os Metíodes, que vem do latim Metidos - sqn -, é aquele pessoal que comenta sobre suas riquezas e conquistas, e age com demasiado e desnecessário blasé. Muitos Metíodes não são verdadeiramente ricos, mas que claro, exibem com total intensidade seus novos carros - parcelados em 48 vezes -, suas roupas de marca - que  foram compradas com 30% de desconto - ou seus celulares de última geração - sendo que nem a metade das  funções do aparelho serão utilizadas pelos seus donos.




As Línguas Soltas


   As Línguas Soltas é a espécie mais comunicativa que existe na natureza das festas. Passam toda a comemoração falando. Falam sem parar. São verdadeiras matracas. Suas articulações parecem não ter fim. São insuportáveis em termos audíveis. As Línguas Soltas são hábeis na oratória. Narram suas histórias de vida como ninguém. Mas também são perspicazes em inventar e distorcer fatos para benefícios próprios de popularidade e grandeza.


    Essas são apenas algumas espécies. Em qualquer outro momento da programação, publicarei mais outras linhagens de seres que convivem nas festas.











sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Era uma vez...

 

   Era uma vez, três irmãos. A mais velha era uma mulher, de cabelos ruivos e cacheados, que tinha a arcada dentaria do tamanho da de um jacaré. O irmão do meio, era um lindo rapaz, alto, esbelto, quase perfeito, só que era um verdadeiro doente mental. E a caçula era uma adolescente, mas com corpo de amazona e uma testa bem ampla e circular.
   Um dia, a irmã mais velha decidiu se casar. O irmão, assim como a família, recebeu a notícia com felicidade. Então, a irmã mais velha, juntou seus trapos e saiu da casa da mãe.
   Depois de um tempo, a irmã caçula ficou noiva de um jovem narigudo. E, planeja para um futuro próximo, se casar e consequentemente sair da casa da matriarca. O lindo e maravilhoso irmão, também ficou contente com o acontecimento. Mas, de repente uma questão imutável, um fato irredutível, uma fatalidade consequente, sobressaltou. O irmão percebeu  que ele seria o último a sair da casa da mãe, sendo esse episódio totalmente sem previsão.

   Qualquer semelhança com a minha vida, e mera coincidência - sqn.

sábado, 28 de setembro de 2013

A inveja da normalidade alheia.


    O tempo passa. E como passa. Passa mesmo. Passa muito rápido. Tão rápido que quando analisamos a nossa vida, mesmo que por rápidos instantes, percebemos que estamos com dezenove anos, sozinhos, com um emprego humilhante e infelizes. Ok, tudo bem, essa lamentável cena é inteiramente minha. Eu que estou nessa infeliz condição. Mas aposto que muitos de vocês também tem problemas. Que, assim como eu, são complexados em algum ponto de suas existências. E, para descontar essa deficiência  ou simplesmente liberar a detestável sensação de inveja, odeiam, na mesma intensidade que eu, a felicidade e normalidade dos outros. Não neguem esses fatos psicóticos da vida. Sei que eles são verídicos pois essas características são bem peculiares. Tenho muita intimidade com elas. Eu, simplesmente, detesto pessoas normais. Detesto pessoas que levam a vida brandamente. Que conseguem fazer uma coisa simples, realmente ser simples. São pessoas que me enojam.
    Um amigo da época da escola, bom faz tempo que não nos falamos então nem sei se continuamos amigos, mas enfim, um provável amigo, começou a namorar. Tipo, que legal. Que de mais. Que ótimo que mais um ser humano conseguiu desencalhar e agora tem sua coluna de apoio. Seu passatempo. Parabéns aos pombinhos!!! Eu, realmente desejo felicidades para o casal. Mas não vou negar que senti raiva. Muita raiva. Muita, mais muita, mais muita raiva mesmo.
   Calma, antes de pensarem outra coisa, me deixem explicar. Eu simplesmente fico puto, mais muito puto, tipo muito puto mesmo que esse amigo tenha começado a namorar, pelo simples e irônico fato de que esse mané, esse babaca, esse idiota deve está nesse momento feliz. Não que eu deseje mal  para ele ou para qualquer outra pessoa. Não mesmo. Mas me sentia, e ainda me sinto, melhor quando alguém, principalmente pessoas que conheço, passa pelas mesmas situações que eu. Que sofre por minucias e babaquices. Que é traumatizado e que reage como se tudo não tivesse solução. Pois é, podem me chamar de ser humano horrível, detestável, escroto e qualquer outra palavra ultrajante. Talvez vocês estejam certos. Mas é fato inegável que sinto alívio quando vejo que não estou sozinho na estrada perdida da vida. Que há outras pessoas tão o mais infelizes que eu. E quando acontece o inverso é claro que reajo ao contrário. Quando um conhecido, principalmente se o mesmo for aquela pessoa que sempre considerei igual ou inferior a mim e que tenho sentimentos e laços de afeto, começam a desfrutar de uma companhia fixa  eu demostro extrema emulação, ciume e inveja. Eu não estava, nem estou, acompanhado a vida desse amigo, também não sei quando ele começou a namorar aquela cadel...ops, moça, mas graças ao maior divulgador de vidas alheias, o facebook, recebi essa informação.
   Acontece o mesmo com uma amiga de longa data que tenho - e sim, eu acredito numa amizade entre um homem e uma mulher sem segundas intenções. - Ela, pelo que fiquei sabendo, está ficando, e já começou a demostrar os temidos sinais. Não fica mais online no face - bom, eu não fico mais online no face porque eu não mexo com frequência. - Não me liga mais com a mesma regularidade, está agindo de uma forma diferente, entre outras questões.
    Parece que sempre segurarei uma vela. Uma grande e quente vela. Que será a minha única companhia.
   Sei que poderia fazer o mesmo. Sim. Isso mesmo!! Eu Poderia começar a namorar. É. Mas... uma pergunta? Como se faz isso? Como conseguir essa magnifica façanha? Além dos inúmeros defeitos que tenho, como deixar de ser detalhista e não tentar encontrar a beldade do mundo que tanto busco? Até encontrar essas respostas  ficarem na velha fórmula; Intenet, trabalhar, comer, estudar e respirar. Só que enquanto fico nessa rotina o tempo continua passando, passando, passando...

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Transporte público, obesos e desodorante

 
   Eu sou como a grande maioria da população. Não estou dizendo que curto funk ou sertanejo. Não. Estou falando que como muitos sou dependente do transporte público. O precário, terrível e mal estruturado transporte público. Na cidade onde moro - São paulo- a hora do rush, onde os trabalhadores, estudantes e alguns vagabundos da vida saem de casa em grande massa, é mais conhecida como a "Hora da guerra" ou " Cada um por si e Deus por todos".
   Ok, eu compreendo que as pessoas precisam chegar em seus destinos, mas por que cada um não faz a sua parte pra deixar a trajetória menos terrível? Sei que no transporte coletivo não existe - embora deveria existir - bom senso e educação, principalmente quando há a possibilidade de se sentar nos almejados bancos vazios - até mesmo os preferências. - Mas porque os usuários não podem ser mais flexíveis? Por exemplo; eu detesto aquelas pessoas, em geral os senhores de mais idade, que se sentam com as pernas bem abertas, praticamente arqueadas, que ocupam, além do seu banco,a metade da do outro passageiro. Tá, eu sei que para nós, homens, se sentar com as pernas fechadas é desconfortável. Mas também ficar na posição  que ficamos quando vamos cagar, ops, desculpem o meu linguajar, quando vamos eliminar fezes pelo nosso orifício anal, já é escrotice. Mesmo se o cara for dotado, super dotado, com uma anaconda no meio das pernas é possível se sentar mais " arrojadamente". Bom eu pelo menos com os meus 17 centi .... deixá pra lá.
   Outro seleto grupo que me incomoda são os gordos. Nada contra vocês. Respeito totalmente seus quilos, mas é fato irredutível que vocês, obesos, ocupam mais espaço nos transporte público. Podem notar, gordos e não gordos, que quando uma pessoa acima do peso se senta ao seu lado, ela involuntariamente passa a viagem toda roçando o seu braço, tamanho é o espaço que ela ocupa.
   Outro fato que também deve ser mencionado é a existência dos tarados e taradas que circulam no transporte público. Eles, se manisfestam principalmente quando o transporte está lotado. Usam a sufocante e apertada situação para apalpar, encostar ou beliscar.
   Por tudo que já comentei, peço encarecidamente que as pessoas tomem o conhecimento de que o transporte público -que na verdade não é público - deve ser usado com consciência. E, o mais importante, quando forem usar o transporte coletivo, passem um desodorante. Um simples e barato desodorante. Por que a pior situação do mundo é está em um ônibus, lotado, super lotado, mega lotado, em um dia de verão com um ser escroto fedendo a rato morto em decomposição.

sábado, 31 de agosto de 2013

Eu sou um reclamão

 
   Eu gosto de fazer muitas coisas. Dormir, por exemplo. Nada como uma boa noite de sono. Comer é outro hábito que vai muito mais além que uma básica necessidade. Ingiro uma quantidade abundante de alimentos todos os dias. Sou guloso mesmo. Mas se tem uma prática que eu realmente gosto e faço com maestria é reclamar. Simplesmente reclamar. Eu vivo reclamando. Minha mente é voltada a lamentar. Eu reclamo da minha vida, do meu emprego, das pessoas, do meu emprego, do meu cotidiano, do meu emprego, do meu cabelo, das pessoas de novo, da minha atual condição, da minha casa e do meu emprego. Eu vivo para soltar o verbo. Eu crítico todas as categorias da minha existência. Sou um jovem, chato, arrogante e, principalmente, "reclamão".
   Quando eu disse que gosto de reclamar, não quis dizer que necessariamente eu sinta prazer. Ok, tudo bem, eu sinto prazer quando abro a boca para acusar, defender ou instigar. Mas a questão é que tenho essa marca registrada de ser "reclamão" unicamente por que a vida me fez assim e, parcialmente, pelas pessoas que nela passaram ou ainda passam.
   Eu não gosto de pessoas. Calma, eu não estou dizendo que não gosto de você. Pelo contrário. O fato  de você está aqui, lendo esse texto escrito por um "reclamão", já significa que eu tenha uma certa apreciação por você. Mas quando eu disse que não gosto de pessoas, quis dizer que não gosto de determinadas pessoas. Meus chefes do trabalho, por exemplo, eu os odeio. Ou as pessoas que olham pra mim enquanto ando na rua. Cacete, tem coisa melhor pra fazer do que ficar me mirando. Ou até mesmo daqueles seres humanos que agem feito idiotas, donos da verdade e autônomos de todas as certezas. Porque, por mais que eu tente, me emprenhe e indague que sigo apenas as minhas concepções, que  tenho personalidade própria e que sou imune a minucias, a verdade, a pura, maldita e infeliz verdade é que sou um idiota, um fraco que se abala por qualquer opinião alheia. E, ao invés de me levantar, de seguir novos rumos, de ignorar futilidades, eu reclamo, eu reclamo e reclamo.

sábado, 24 de agosto de 2013

Aperte o Play Vol. 2

 
 
   Mais algumas músicas que estão conectadas no meu aparelho celular - que continua sendo um Galaxy.




 Beatles: Yellow submarine 





                                             Beyoncé: Satellites





                                                Muse: Madness







                          Capital Inicial: Depois da meia noite.


domingo, 11 de agosto de 2013

O hoje foi o amanhã de ontem

 
   Gastamos uma incrível quantidade de tempo imaginando o futuro. Eu faço isso. Você faz isso. Todo mundo faz isso. O futuro é um lugar desconhecido. Não sabemos onde está, quando irá chegar e como irá chegar. Não há placas sinalizadoras, indicando que o futuro está vindo. Mas o póstero, mesmo sendo incerto e indecifrável, mesmo sem garantias,  mesmo sendo um rumo nivelado, é a pauta mais frequente que navega nas nossas mentes. Tudo bem, existe aquelas pessoas que  vivem e curtem o momento. " Foda-se o amanhã e viva o presente" Esse é um dilema que deveria ser mais observado, embora não seja tão fácil seguir essa alternativa. Mas como já mencionei, todo mundo, até mesmo essas pessoas,  pensam no amanhã.
    A vida é uma grande meta, intercalada por níveis. A cada objetivo realizado, um novo nasce. A cada sonho concretizado, um novo é iniciado. Alcançamos uma etapa, e já desejamos subir mais degraus. E é exatamente por isso que sempre vivemos o futuro, pois sempre esperamos dele a enfatização dos novos e antigos tópicos das nossas vidas. Querendo ou não, a conclusão dos nossos devaneios requer tempo, podendo ser a longo prazo ou não, mas requer. Imaginar o fato consumado, ocupa uma demasiada energia. Às vezes moldamos sonhos até o escopo máximo. Até sentimos indiretamente essas visões, mesmo elas estando apenas nas nossas mentes. Mas, mesmo não tendo a certeza que conseguiremos colocá-los na forma "tangível", fitamos o futuro com intensidade, pois é lá que as probabilidades de dias melhores estão.
     Tudo muda. Quantas vezes não estávamos bem, felizes e de repente um evento, sem nenhum aviso prévio, desabilita o nosso cotidiano. Basta segundos para sermos surpreendidos e basta milésimos para nossa existência ser colocada em cheque. A vida gosta de colocar interrogações, e mais ainda de medir forças. Se você não for forte, ela te esmagará feito inseto. E se você for forte ela também te esmagará feito inseto, porém, há a possibilidade do pisão não ser mortal.
    Eu sempre fui um sonhador. Aliás, eu sempre serei um sonhador. Quando era adolescente  vivia ruminando como gostaria de ser e o que gostaria de ter. Como naquele tempo, eu era dependente em vários aspectos, como o financeiro por exemplo, como qualquer outro jovem, eu deixava aqueles meus objetivos para o futuro. De certa forma, é isso que me ajudou, e ainda ajuda, a passar pelos meus conturbados e retesados momentos. Sempre espero o melhor do amanhã. Sempre aguardo que a vida me presenteará com respostas significativas.
   Mas analisando as circunstâncias, revendo os fatos, relendo o que já escrevi até aqui, o hoje foi o amanhã de ontem. Não estou falando de forma metafórica. Claro que hoje foi o amanhã de ontem. Estou falando em sentido proporcionado. Enquanto perdemos tempo, arquitetando a nossa lista de afazeres e a jogando para o horizonte, não percebemos que ele, o futuro, está aqui, bem do lado, praticamente encostado. Como disse, eu fui um adolescente sonhador, mas hoje não sou mais adolescente,- mas continuo sonhador.-  Estou na fase de colocar em pratica os sonhos que naquela ocasião eu estruturei. Estou em si no lugar na história do tempo que deveria finalizar por completo os meus devaneios juvenis, sendo essa finalização o exímio dos mesmos.
   É muito fácil criar cenas  mas é ardo contracená-las. Por mais que se leia o roteiro, no palco da vida tudo é improvisação. O passado, o presente e o futuro, estão interligados. Sempre estarão. O destino é um grande livro. A cada página uma nova surpresa. O livro não está escrito completamente, porém alguns episódios apareceram de repente. O futuro é incerto, mas não é uma total incógnita. Sonhos, objetivos, metas, chamem do que quiser, sempre estarão no futuro. É fato irredutível. Por isso, aconselho a prestarem atenção no porvindouro. Quando perceberem que chegou a hora, transpirem o  projeto, corram atrás. Vivam. Simplesmente vivam.
 

domingo, 4 de agosto de 2013

Da série: Você já pensou em ser modelo?

 
   Eu estava andando no shopping tranquilamente. Estava tomando um  sorvete de casquinha e, ao mesmo  tempo, escutava músicas pelo meu fone. Quando de repente uma mulher, que andava na direção oposta da minha, segurou o meu braço levemente, quando passou ao meu lado, e disse:
   - Vem cá, você já pensou em ser modelo?
   Eu fiquei meio aturdido com a pergunta. Até pensei que havia escutado errado. Retirei um lado do meu fone - a música que estava tocando era legal - e respondi, ainda estonteado:
   - Ah... sei lá.
   - Não, mais você tem um perfil bem legal. Você podia ser modelo. Como é o seu nome? - nesse momento ela retirou uma agenda e caneta da bolsa.
   - Daniel - respondi.
   Ela anotou.
   - E por quanto tempo você ainda vai ter que usar aparelho? - ela se referia ao aparelho dentário que já uso há alguns anos.
   - Não sei, mas acho que ainda vou ter que usá-lo por bastante tempo.
   - PUTZZZZZ!!!! - nessa hora eu até me assustei. Ela falou em uma entonação, que pareceu que eu havia dito que uso uma perna mecânica,  que uso um olho de vidro, que uso drogas, que sou nazista, ou até mesmo que  gosto de funk. Pareceu o fim de uma carreira que ainda nem havia começado.
   - Pois é - disse, sem saber o que falar e pronto para continuar andando.
   - Não ok, agente dá um jeito.
   Eu fiquei imaginado o que ela poderia fazer para resolver esse empecilho. Será que eu nunca poderia sorrir, nem ao menos falar nos trabalhos que exerceria como modelo? Quando, sei lá, estivesse tirando fotos eu teria que ficar com expressão de está cagando e deixar que pensassem que eu fosse mudo? Meu devaneio foi quebrado quando ela retomou a inusitada entrevista.
   - Mas você vai ter que tirar a barba quando for lá na agência.
   - Precisa mesmo? - nem assinei contrato nem nada, é ela já me exigia mudanças. Ela não havia falando que eu tinha perfil?
   - Precisa sim.
   - Tudo bem - concordei, ainda relutante. Não queria tirar a barba que tanto custa para crescer.
   - Me passa o seu telefone, Dani.
   "Que intimidade" pensei, mas passei o meu telefone de contato.
   - Agora eu preciso tirar uma foto do seu rosto - ela guardou a agenda e a caneta na bolsa, e no lugar, pegou um celular.
   Eu, idiota, deixei. Vai que ela usasse essa foto para um mural de bizarrices do mundo, ou dos jovens mais assustadores do país?
   - Certo, aqui está o cartão da agência e o meu telefone de contato. Te espero lá em.
   Bom, pelo menos dessa vez o olheiro me deu cartão da agência e telefone de contato. Porque há algum tempo, um cara também me convidou para ser modelo. Só que ele parecia mais um maniaco psicopata do que um agenciador.
   - Tudo bem - disse, reparando que eu ainda não havia terminado de tomar o meu sorvete, que por sinal foi caro. -Muito obrigado.


Moral da história: Eu jamais seria modelo. Um, porque meu complexo de inferioridade, que constantemente comento aqui, não me permitiria tamanho estrelato e vaidosismo - embora eu tenha ficado feliz (arrogante) por ter recebido, pela segunda vez, esse tipo de proposta.-  Dois, porque não desejo seguir essa carreira. E três porque tenho quase certeza que a mulher que me abordou  sofria de catarata ou miopia.
 

 

domingo, 21 de julho de 2013

A iminência dos dezenove anos

 
 
   No próximo dia 23, terça feira, eu completarei dezenove  anos. Eu irei fazer dezenove  anos. Dezenove. Anos. Eu simplesmente não consigo acreditar que já vivi tanto tempo. Tudo bem, não é tanto tempo assim. Ainda sou jovem e serei   por mais alguns anos. A minha vida está apenas começando. Mas o fato é que já vivi quase dezenove invernos - não coloquei "verões" porque prefiro o inverno mesmo.
   Comemorar dezenove anos, nada mais é do que uma iminência, uma despedida, pois no próximo ano os temidos vinte anos chegará. Vinte anos, na minha concepção, representa um novo ciclo, uma nova etapa, sendo essa um nível que ainda não estou preparado. É nessa plataforma que deixamos, querendo ou não, os resíduos da adolescência para trás, e devemos começar a pensar, refletir e, principalmente, agir sobre o que queremos de fato para a nossa vida; Qual profissão escolher, quando sair da casa dos pais....
   Quando eu alcancei dezoito anos de existência, sei que, oficialmente, me tornei um adulto, mesmo não me sentido um. E provavelmente quando adicionar o nove no lugar do oito, essa minha percepção não mudará. Eu não sou aquele tipo de cara que age com imaturidade ou babaquices como alguns adolescentes. Não. Essa negação pela minha idade - ainda sou jovem, ainda sou jovem, ainda sou jovem - é mais pelo fato do tempo está passando, passando muito rápido. A cada ano, ganhamos mais responsabilidades. A vida exigi mais respostas, mais decisões. Não podemos mais ficar sentados no sofá, com o celular, que provavelmente nossas  mães pagaram, nas mãos, imaginado, arquitetando como será o nosso futuro. Isso é passado. Temos que trabalhar - só pra constatar, eu estou trabalhando. Não sou mais vagabundo.- estudar, acordar cedo e viver todo o resto da vida adulta. Temos que realizar os nossos sonhos. De tomar coragem e ir pra luta. E é isso que temo. Não sei se estou pronto de sair, definitivamente, do sofá. Não sei se quero aumentar o peso das minhas incumbências - como se eu pudesse escolher, né?
   Ainda não cheguei na casa dos vinte. Ainda tenho um ano. Não sei se isso é comum, mas tenho minha lista dos afazeres que devem se realizados antes dos vinte. Eu não tenho uma lista materializada. É mais mental mesmo. Esses desejos devem ser concretizados antes dos vinte. Simplesmente precisam, e, repetindo, ainda tenho um ano. Sou aquele tipo de pessoa que pensa muito no amanhã, e talvez seja por isso que eu tenha medo do futuro, da velhice e tal - ainda sou jovem, ainda sou jovem, ainda sou jovem.- mas quero rabiscar os tópicos da minha lista, para começar a moldar a dos trinta, e para isso terei que esquecer o meu póstero e viver o hoje. Aproveitar os dias que ainda tenho como um pós -adolescente.
   Eu completarei dezenove anos. Eu terei dezenove anos. Dezenove. Anos. O tempo passa. Mas o que fica imortalizado e intocável é o que deixamos. O que vivemos. O que fizemos.


Ps: Sim, esse  garotinho na imagem acima sou eu. Quer dizer, sou eu quando era criança.

 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Da série: Você nem sabe beijar

 
   Quem diria que uma pequena, indolor e quase inofensiva bolinha de papel, seria causadora de uma das maiores humilhações públicas que já passei. Estava com 14 anos e na 8º série. A minha auto estima estava lá embaixo por causa da minha aparência largada, e esquisita que era acentuada por dezenas de espinhas, profundas olheiras e dentes tortos. Os hormônios borbulhavam como qualquer adolescente.
   Eu estava em sala de aula e, um  colega daquela época, teve a infeliz ideia de jogar uma bolinha de papel na Nariz de Michael Jackson - aos novos leitores, a Nariz de Michael Jackson, que recebeu essa identificação exclusivamente por mim, era uma estudante, chata, ridícula e estupida que praticava ocasionalmente bullying contra mim.- Ela, ao sentir o impacto, imediatamente se levantou, tentando identificar quem jogou uma miserável bolinha de papel na sua cabeça oca. Por razões do destino, naquela hora eu estava com uma na mão.
   -  Taca na sua mãe pra vê se ela gosta!!! -  ela falou em alto e muito bom som, olhando diretamente pra mim.
   - Tá louca. Não fui eu que joguei em você - me defendi, percebendo que a sala foi dominada por um silêncio e começando a entender o porquê dela pensar que havia sido eu, o criminoso por jogar um objeto tão pesado e ameaçador.
   - Foi você sim , seu filho da.... - como já faz muito tempo, eu realmente não lembro de tudo o que ela me disse, embora minha moral, em todos os seus aspectos, tenha sido manchada.
   Depois de alguns instantes, esse tal colega finamente decidiu confessar o crime.
  -Não foi o Daniel que jogou em você a bolinha de papel. Fui eu.
   Eu jurava que ela iria me pedir desculpas imediatamente e, logo em seguida, miraria e atacaria fogo contra o verdadeiro autor do crime hediondo. Mas eu estava redondamente enganado. Ela simplesmente sorriu, e começou a se sentar como se nada tivesse acontecido.
   Um ardor subiu em mim. Eu simplesmente não podia aceitar aquele grotesco descaso.
   - PEDE DESCULPAS!!!!! - gritei, me sentido injustiçado.
   - Vai se ferrar. Eu não vou pedir desculpas - ela rebateu, se levantando de novo.
   - PEDE DESCULPAS - repeti.
   - Vai tomar no cu.
   - Você é uma trouxa. Tá errada é não....
   Nós ficamos discutindo por mais alguns segundos - esses em que eu também não lembro tudo o que foi dito.- Todos simplesmente observavam. Até que ela expôs, em um tom bem desdenhado a seguinte frase:
   - Você nem sabe beijar moleque. A Luana já me contou.
   Eu simplesmente não consegui rebater. Em partes era verdade. Não calma,  se eu sabia ou não beijar eu não posso confirmar, mas o relato da Nariz de Michael Jackson, alegando que a Luana havia lhe contado que eu não sabia beijar era verdadeiro. Eu havia ficando com ela algumas vezes na 7° série e depois desse terrível erro, ouvi rumores de que a vaca havia falado que eu não sabia beijar.
   Eu simplesmente me calei. Não consegui  pensar em nada para agredi-la verbalmente. Eu podeira falar do nariz defeituoso dela, da magreza quase desnutrida ou do cabelo crespo e escroto, mas minha voz não saiu. Além disso foi até melhor mesmo não ter articulado nada, pois assim eu teria demostrado ainda mais o meu abalo mental.
   Ela, percebendo que venceu o round, sorriu malignamente e se sentou. Eu, humilhado, me calei. E o restante dos alunos, que eu jurava que iriam zombar e caçoar da minha triste situação, não fizeram nada. Acho que sentiram pena de mim, e não quiseram me humilhar ainda mais.


Morais da história: Hoje eu já sei beijar. Não sou mais tão feio como antigamente. E esses dias eu revi a Nariz de Michael Jackson e ela, fisicamente, continua escrota.

   

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Para os meus parentes


   Eu sempre fui reservado. Nunca gostei de me exibir, fazer parecer que a minha vida é uma festa e reportar para todos tudo o que acontece comigo. Essa particularidade faz parte da minha essência. Sou discreto, porque acho que devo levar a minha vida assim, sem estrelatos. Mas quando eu criei o blog, de certa forma, rasguei o contrato que tinha com esse fato. Eu decidi expor, e ainda exponho, a minha vida, mesmo sabendo que poderia ser alvo da temida atenção, que consequentemente me  transportaria para o palco das concepções alheias.
   Cada texto aqui, representa fragmentos da minha vida. Dos meus momentos. Do meu eu. Cada palavra, virgula e ponto é minunciosamente escolhido - embora, em certas publicações, eu as coloque ou as escreva erradas. Mas não por burrice e sim por falta de atenção mesmo. - E assim um sentido é criado. Uma proposta que, infelizmente, é compreendida de uma forma equivocada e distorcida por certos leitores.
   Fiquei sabendo que certos parentes, a partir da leitura do meu blog, moldaram um quadro clínico ao meu respeito. Distorceram os meus relatos e, por serem constituídos de uma enaltecida  formação cultural - estou sendo irônico - me diagnosticaram com depressão. E, como na minha família fofoca é como uma praga, que se alastra aos quatro cantos do mundo, fiquei sabendo e imagino que, antes mesmo desse vírus me adoentar, boa parte dos meus familiares  já estavam infectados.
   Não os culpo, porque opiniões e exatamente o que posto aqui, e consequentemente transcenderão  outras. Mas não modifiquem ou interpretei mal o sentido dos meus textos. Antes de formarei suas conclusões leiam e entendam o que estou escrevendo.
   Não é que eu não goste dos meus familiares. Mas as parentelas que respeito e aprecio só recomendo que: " Guardei suas conclusões sobre mim para vocês. Tudo bem, existe a possibilidade de vocês estarei preocupados comigo. - bem minha mãe e irmãs estavam, e, pelo relatório infundado de vocês, até vieram conversar comigo. - Eu agradeço por tamanha honra - dessa vez fui parcialmente irônico -, mas recuso seus auxílios."
    

   Ps1: Só pra constar eu não estou sofrendo depressão. Não nego que ultimamente estou mais triste do que o normal, mas não estou com problemas mentais. Fiquem despreocupados, e continuem a viver, ok - essa última parte  eu fui totalmente irônico.


   Ps2: Caso algum parente esteja lendo, faça o favor, a gentileza, a bondade, de contaminar os outros.


   Ps3: Se escreve Garagem ou Garage??????
   

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Aperte o Play Vol. 01

 
   Gosto é algo que não se discute, principalmente quando o mesmo, está relacionado a música. Quem sou eu para julgar determinada letra, ritmo ou melodia. Cada um escuta aquilo que achar mais conveniente, mesmo que a canção fale apenas de putaria, orgias ou drogas - eu não estou falando do Funk em. Imagina.
   Música é algo muito ligada à minha vida. Não consigo nem imaginar como seria o meu cotidiano sem ela. Então, como forma de respeito- e também porque ultimamente nenhuma inspiração me bateu para escrever aqui - decidi escolher, aleatoriamente, algumas músicas armazenadas no meu celular- que por sinal vem ser um Galaxy.- Se você nutri um gosto musical parecido com o meu, tenho certeza que os minutos passados aqui no blog, serão repletos de nostalgia, reflexões e excitações. Se você não gostar de nenhuma, provavelmente você gosta de músicas que obtenham tcha tcha, bara bara ou novinha, sei lá. Eu te respeito completamente, mas sinto pena, muita pena dos seus tímpanos.




                                        Elvis Presley: Jailhouse Rock

 


Thirty Seconds To Mars: Conquistador




Lana Del Rey: Body Electric

 


Owl City: Fireflies


domingo, 23 de junho de 2013

Eu cansei

 



   Chega um momento da vida em que ou  aprendemos ou aprendemos. Não existe escolha. Não existe porta de emergia. Não existe nada.  Dizer adeus à pessoas, à momentos, ao passado, é aprender. Esse negocio que " Ou você aprende por bem ou por mal" é tudo balela, pois fazer a lição de casa é difícil, intangível e infelizmente, doloroso. Mas como disse, ou você aprende ou aprende. Pelo caminho difícil ou o complicado, pois não existe caminho fácil, muito menos atalhos.
   Decidir é algo realmente temeroso, pois escolhas muitas vezes não poderão se modificadas ou deletadas. Se você escolheu tomar determinado destino, saiba que  ele poderá ser irreversível. Mas me decidi, me certifiquei, mesmo inseguro, que está na hora de me despedir de uma parte do meu pretérito. A pessoas que pensei serem amigos, mas me demostraram que não é bem assim. Sei que sou um mala, um escroto, um idiota, mas sempre fui, ou pelo menos tento ser, um ser humano digno. Eu pago os meus impostos.  Respeito todos, independente da sua raça, opção sexual e crenças. Até ajudo os mendigos. Mas talvez, mesmo assim, eu não seja o bom suficiente para eles. Eu os considerava como irmãos - no caso, uma irmã e um irmão - mas pelas suas atitudes, que até podem ser insignificantes, causadas involuntariamente ou inocentemente, elas me afetaram, e como já mencionei, sou escroto e portanto  não os perdoarei, mesmo que não haja nada à perdoar.
    Ultimamente tenho me sentido muito, mas muito mesmo, sozinho. Parece que vivo solitário, andando sem saber pra onde ir. Por mais que centenas de pessoas estejam a minha volta todos os dias, eu sinto que nenhuma verdadeiramente se importa comigo. Foda-se se essas pessoas não sentem nenhum tipo de empatia sobre mim, pois eu sempre tive em mente que pessoas que eu realmente gosto, estão sempre ao meu lado, me apoiando, me dano forças para continuar. Mas me enganei. Percebi que com o tempo as pessoas mudam. Te esquecem e continuam a viver. Elas não estão erradas, pois a vida segue,  mas elas não poderiam gentilmente, abrir uma simples fenda para me introduzir? Mesmo que por instantes. Mesmo que essa partitura seja uma simples mensagem ou um recado via e-mail.
   Eu posso contestar, posso reclamar, mas querem saber? Eu cansei de me rastejar pelos outros. Cansei de tentar ser legal -  e isso cansa mesmo, sabiam? - Cansei de basear a minha vida  às deles. Cansei de pensar que eles detém uma concepção sobre amizade igual a minha. EU CANSEI. Podem ter a absoluta certeza que eu não irem mais procurá-los. Terei o prazer de esquecê-los. Não vou ler mais nenhuma publicação do face ou do twitter - olha que isso eu fazia bastante.-  Não vou fazer mais nada. Simplesmente cansei de me importar com vocês. Não com vocês leitores, e sim com esses dois "amigos"
   Se é pra viver sozinho, pelo menos que eu viva com dignidade. Se é pra se ferrar ou se glorificado que também seja sozinho. Sempre fui individualista e agora serei ao extremo. E mais do que individualista, eu sempre fui orgulhoso. Nunca permiti que pessoas, que eu considerava melhores do que eu, percebessem que suas vidas de fato são melhores do que a minha, e não será dessa vez que eu fracassarei nessa conivência que tenho com essa particularidade egoísta e infundada.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Vale a pena protestar?


   Vale a pena protestar? Vale a pena lutar por seus direitos , mesmo indo contra o governo? Vale a pena colocar em risco sua vida pelos seus prós e ideais? Uma única palavra responde a todas essas perguntas; Sim, sim e sim!
   Finalmente começamos a construir um país melhor.  A abraçar a democracia por inteiro. A defendermos nossa pátria, mesmo que para escudá-la tenhamos que atacar, de uma forma NÃO VIOLENTA, nossos opressores. Todo esse furor está representado nos pulmões inflados, indagando mudança e garanto que todo essa passeata  vale muito mais do que vinte centavos.
   Eu não serei hipócrita, no começo prejulguei que essa conjuração não obtinha fundamentos e relevância. Que aquelas pessoas estavam apenas badernando. Que era fogo de palha. Até fiz piadas, via twitter, sobre o  assunto - por isso, desde já  peço desculpas. - Mas depois que refleti e analisei a situação e vi a repercussão, percebi que não era apenas fogo de palha, e sim uma linda festa de fogos de artifício, onde todos, ou quase todos, assistem com prestígio e que agora por diante terei o prazer em participar diretamente ou indiretamente.
   No mural do Face e do Twitter, já li  várias publicações sobre pessoas elogiando e adotando a causa - embora acredite que muitos deles estão simplesmente seguindo a onda, sem, de fato, se importarem com as manifestações - e por consequência de suas palavras receberem prestígio. Mas as pessoas que realmente devem ser enaltecidas, aplaudidas e agraciadas são aquelas que estão, andando pelas ruas com placas e cartazes. Gritando por justiça, a justiça do povo, da igualdade, dos direitos humanos. São aquelas que defendem seus ideias. Os nossos ideais. Essas sim que merecem Likes e retwtess.
   Dizem que a voz do povo é a voz de Deus. Eu particularmente não acredito nessa afirmação, pois pessoas como Marco Feliciano, Silas Malafaia, Paulo Maluf e outros babacas, fazem, infelizmente, parte da sociedade. Mas sei que as vozes que soam no ar, articuladas por mudança no nosso país, são vozes portadas por pessoas extraordinárias.

Ps: Eu sei que o blog não tem nenhuma ligação com politica ou causas sociais, mas como forma de solidariedade aos protestos que estão acontecendo, abri essa deixa.

domingo, 9 de junho de 2013

A porta fechada

 
   Eu sempre fui sistemático e cauteloso com os planos que tenho para a minha vida. Por mais que algumas vezes eu acredite veemente que determinado sonho se concretizara, eu sempre tento ter os pés firmes no chão, ter um  plano B, uma carta na manga. Faço isso porque tento me prevenir de qualquer surpresa ou falha que possa surgir, e, principalmente, evitar  decepções e descontentamentos. Mas sou humano, e peco nas minhas convicções. Por mais que eu  evite imaginar a consumação de algo que ainda não aconteceu, que poderá ou não se realizar, algumas vezes eu não consigo e quando percebo já estou entrelaçado, amarrado e acorrentado na minha imaginação. Eu sempre evitei dizer algum  projeto importante  que estou prestes a criar antes da garantia do mesmo se tornar verídico, mas intimamente fico arquitetando detalhes de como será a minha vida durante e depois da conclusão do meu objetivo.
   Eu estava participando de um processo seletivo de uma instituição. Eu, embora soubesse que poderia ou não passar, já estava almejando os meus dias naquele lugar. Já  havia imaginado e articulado fatos e situações e como eu viveria naquele local. Mas meu mundo feliz e perfeito foi destruído no dia em que a lista dos aprovados para a segunda fase saiu, e adivinhem caros leitores? Sim, isso mesmo, eu não passei. Não consegui umas das vagas disponíveis.
   Me senti, e não vou negar que ainda me sinto, terrivelmente mal, um fracassado, um derrotado. Eu queria muito ter passado. E o pior é que alguns colegas e conhecidos que também estavam participando da seleção passaram, todos eles. O único rejeitado, excluído e banido fui eu. Eu, só eu, apenas eu, que fui interditado.
   Mas, mesmo me sentido mal, uma ambição, uma gana, uma avidez começou a nascer dentro de mim. Infelizmente eu não consegui transpassar a minha vontade em fazer parte da instituição em realidade, mas ainda continuo com inúmeros sonhos, que agora ganharam um gás extra. Não estou querendo fazer um texto motivacional, quero simplesmente desabafar, mas o fato de uma porta ter sido fechada na minha cara, não significa que outra  não será aberta - mesmo que da próxima vez eu tenha que arrombá-la.
   Como já mencionei, não gosto de divulgar algo que realmente não esteja estruturado e praticamente realizado, mas tenho muitas idéias em andamento, e mesmo que tenha que arrasta-las, carregá-las ou empurrá-las, as levarei para fora da minha cabeça e as colocarei em prática. Farei o possível para vivê-las.
   Aprendi, mais uma vez e espero que dessa vez tenha feito a lição de casa direito, que a vida é um caminho difícil  a ser percorrido. Não existe colher de chá para ninguém. Se você quiser beber, terá que usar as suas próprias mãos para pegar a colher, o chá, a xícara e todo o resto. Simplesmente tente, mesmo que não dê certo. Alerto que no momento você se sentirá um lixo, mas depois perceberá que até o lixo pode ser reciclado e usado novamente.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Da série: A filha rejeitada ou a mãe injustiçada?

 
   Eu estava dentro do vagão do metrô esperando pacientemente o mesmo passar na estação que eu iria descer.
   Eu, como toda vez que saio de casa, estava escutando música pelo meu fone de ouvido - aprendam funkeiros. - Quando de repente uma mulher se posicionou ao meu lado. Ela estava falando ao celular. Como eu estava entretido com a música, de início  não prestei muita atenção na conversa.
   - ...você acha que eu sou burra? - embora ela falasse num tom de voz baixo, percebi uma nítida impaciência  e fúria.- Eu levo o moleque todo dia na escola. Você acha que eu não saberia o caminho...
   "Oh lord live inside me lead me on my way "   Jamie N Commons. Música: Lead me Home
  - ... você tá me entendendo? Eu não estou dentro do trem e sim do metrô...
   " Lead me home, lead me home "
   - .... deixa de ser burra... Você é muito idiota!!! - dessa vez ela elevou a voz. - Já tô chegando estúpida ...
   " Don' t break me down..." Lana Del Rey. Música: Ride
   - Não seja idiota. MÃE eu já to chegando....
   " I hear the birds... O quê??"
   Nessa hora eu aprimorei a minha audição e mudei o rumo da minha atenção.
   " Ela está falando com a MÃE DELA???" pensei.
   - TÁ MÃE VOU DESLIGAR, TÁ... TÁ. Tchau....
   Sério, fiquei impressionado com a situação. Tudo bem, eu sei que há mães que são chatas, incompreensivas, obsessivas e tal, mas nada, ou quase nada, justifica essa atitude hedionda. Tá, eu sei que é fácil falar com a mãe que eu tenho. Ela tem muitos defeitos, sendo um deles o fato de sempre  prometer, mas no final, não realizar o que disse, e, não que seja um defeito, mas sinto que sou o filho menos amado. Sei lá, só sinto. Mas, voltando ao assunto central, minha mãe sempre foi exemplar na sua função.
   Eu não posso julgar a mulher que falou de forma grosseira com a sua parenta. Vai que a mãe dela, seja uma bruaca, usuária de drogas, portadora de tiques, com histórico violento? Mas eu jamais falaria com a minha mãe assim. Por respeitá-la como tal, por se ela que lava as minhas roupas e por saber que seria a primeira vez que eu levaria uma surra - e apanhar da mãe, aos 18 anos, não deve ser muito legal.

Moral da história: Eu opino mentalmente as conversas dos outros.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

O remédio sem bula

 
   Eu sempre irei acreditar que o tempo é o melhor remédio a ser recomendado aos problemas da vida. Já mencionei essa opinião várias vezes aqui. Não falam que o tempo cura todas as feridas? Então, eu acredito veemente nessa afirmação. Mas quando será que a dose, que há muito tempo tenho tomado, começará a fazer efeito? Eu sou aquele tipo de pessoa que sempre imagina que no futuro - espero que não muito distante -  a felicidade chegará . Que serei imune a minucias e babaquices. Completo em todos os sentidos. Quase um ser perfeito. Eu acredito nesse rascunho que tanto desenho na minha mente, mas quando será que ele ganhará uma folha verdadeira?
   Eu vejo o tempo passar. A minha vida passar. O meu cotidiano mudar. Mas a minha essência, o meu eu, infelizmente, continua lá, quase intacto. Eu tenho um novo emprego, conheci pessoas novas - embora sendo  a grande maioria delas apenas colegas -, estudo , tenho um vídeo game legal - não encontrei nenhum outro item a ser mencionado, mas o meu novo vídeo game é legal mesmo - enfim, o meu cotidiano mudou. E pensei que com essa mudança  um novo ser começaria a  nascer dentro de mim. Mas eu estava errado. Eu continuo o mesmo de sempre. Ainda sou complexado, problemático, depressivo, não sinto nenhum amor próprio, ainda me sinto inferior aos outros em questões físicas e intelectuais, continuo chato, ainda  comparo a minha vida com as dos outros... ficaria descrevendo os meus defeitos por vários minutos, por isso é melhor resumir; Eu ainda continuo sendo uma mala. Uma grande e pesada mala, que não tem rodinhas e está com a alça quebrada.
   Eu também não posso deixar de comentar o vazio que sinto constantemente. É como se faltasse uma peça no meu quebra-cabeça, sendo essa fundamental na montagem completa. Sem essa peça, nenhuma das outras terá a sua completude. E não sei porquê, mas sinto que esse vazio está relacionado a algo que nunca me aconteceu; Namorar. Ter um sério relacionamento. Talvez quando esse milagre acontecer, eu consiga montar o meu quebra cabeça e quem sabe colocar o meu sonhado rascunho no papel.
   E o mais redundante dessa situação, é que há a possibilidade do tempo não curar os meus machucados. Aliás, relendo o que já escrevi até aqui, percebi que o remédio que tomo diariamente e pontualmente não serve especificamente para mudar características e defeitos. Sim, existe a chance do remédio fazer o efeito que espero. Mas também existe a contingência do efeito nunca surgir. Talvez eu devesse começar a pensar na hipótese de que eu sempre serei assim, uma grande e pesada mala.
   Pensando melhor, revendo minhas concepções, eu não acredito efetivamente que o tempo possa mudar tudo. É um bom remédio, mas, infelizmente,  não existe bula para sabermos sobre suas composições, efeitos e advertências. O único fator que temos sobre essa medicação, é as indicações dos outros. E sei que remédios funcionam pra uns, mas pra outros não.
   Eu vou continuar o meu eterno tratamento. Vou continuar a tomar a medicação, esperando resultados, mas a partir de hoje vou ter em mente que talvez eu sempre seja um enfermo . É um fato, que deve ter sua relevância.