domingo, 21 de julho de 2013

A iminência dos dezenove anos

 
 
   No próximo dia 23, terça feira, eu completarei dezenove  anos. Eu irei fazer dezenove  anos. Dezenove. Anos. Eu simplesmente não consigo acreditar que já vivi tanto tempo. Tudo bem, não é tanto tempo assim. Ainda sou jovem e serei   por mais alguns anos. A minha vida está apenas começando. Mas o fato é que já vivi quase dezenove invernos - não coloquei "verões" porque prefiro o inverno mesmo.
   Comemorar dezenove anos, nada mais é do que uma iminência, uma despedida, pois no próximo ano os temidos vinte anos chegará. Vinte anos, na minha concepção, representa um novo ciclo, uma nova etapa, sendo essa um nível que ainda não estou preparado. É nessa plataforma que deixamos, querendo ou não, os resíduos da adolescência para trás, e devemos começar a pensar, refletir e, principalmente, agir sobre o que queremos de fato para a nossa vida; Qual profissão escolher, quando sair da casa dos pais....
   Quando eu alcancei dezoito anos de existência, sei que, oficialmente, me tornei um adulto, mesmo não me sentido um. E provavelmente quando adicionar o nove no lugar do oito, essa minha percepção não mudará. Eu não sou aquele tipo de cara que age com imaturidade ou babaquices como alguns adolescentes. Não. Essa negação pela minha idade - ainda sou jovem, ainda sou jovem, ainda sou jovem - é mais pelo fato do tempo está passando, passando muito rápido. A cada ano, ganhamos mais responsabilidades. A vida exigi mais respostas, mais decisões. Não podemos mais ficar sentados no sofá, com o celular, que provavelmente nossas  mães pagaram, nas mãos, imaginado, arquitetando como será o nosso futuro. Isso é passado. Temos que trabalhar - só pra constatar, eu estou trabalhando. Não sou mais vagabundo.- estudar, acordar cedo e viver todo o resto da vida adulta. Temos que realizar os nossos sonhos. De tomar coragem e ir pra luta. E é isso que temo. Não sei se estou pronto de sair, definitivamente, do sofá. Não sei se quero aumentar o peso das minhas incumbências - como se eu pudesse escolher, né?
   Ainda não cheguei na casa dos vinte. Ainda tenho um ano. Não sei se isso é comum, mas tenho minha lista dos afazeres que devem se realizados antes dos vinte. Eu não tenho uma lista materializada. É mais mental mesmo. Esses desejos devem ser concretizados antes dos vinte. Simplesmente precisam, e, repetindo, ainda tenho um ano. Sou aquele tipo de pessoa que pensa muito no amanhã, e talvez seja por isso que eu tenha medo do futuro, da velhice e tal - ainda sou jovem, ainda sou jovem, ainda sou jovem.- mas quero rabiscar os tópicos da minha lista, para começar a moldar a dos trinta, e para isso terei que esquecer o meu póstero e viver o hoje. Aproveitar os dias que ainda tenho como um pós -adolescente.
   Eu completarei dezenove anos. Eu terei dezenove anos. Dezenove. Anos. O tempo passa. Mas o que fica imortalizado e intocável é o que deixamos. O que vivemos. O que fizemos.


Ps: Sim, esse  garotinho na imagem acima sou eu. Quer dizer, sou eu quando era criança.

 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Da série: Você nem sabe beijar

 
   Quem diria que uma pequena, indolor e quase inofensiva bolinha de papel, seria causadora de uma das maiores humilhações públicas que já passei. Estava com 14 anos e na 8º série. A minha auto estima estava lá embaixo por causa da minha aparência largada, e esquisita que era acentuada por dezenas de espinhas, profundas olheiras e dentes tortos. Os hormônios borbulhavam como qualquer adolescente.
   Eu estava em sala de aula e, um  colega daquela época, teve a infeliz ideia de jogar uma bolinha de papel na Nariz de Michael Jackson - aos novos leitores, a Nariz de Michael Jackson, que recebeu essa identificação exclusivamente por mim, era uma estudante, chata, ridícula e estupida que praticava ocasionalmente bullying contra mim.- Ela, ao sentir o impacto, imediatamente se levantou, tentando identificar quem jogou uma miserável bolinha de papel na sua cabeça oca. Por razões do destino, naquela hora eu estava com uma na mão.
   -  Taca na sua mãe pra vê se ela gosta!!! -  ela falou em alto e muito bom som, olhando diretamente pra mim.
   - Tá louca. Não fui eu que joguei em você - me defendi, percebendo que a sala foi dominada por um silêncio e começando a entender o porquê dela pensar que havia sido eu, o criminoso por jogar um objeto tão pesado e ameaçador.
   - Foi você sim , seu filho da.... - como já faz muito tempo, eu realmente não lembro de tudo o que ela me disse, embora minha moral, em todos os seus aspectos, tenha sido manchada.
   Depois de alguns instantes, esse tal colega finamente decidiu confessar o crime.
  -Não foi o Daniel que jogou em você a bolinha de papel. Fui eu.
   Eu jurava que ela iria me pedir desculpas imediatamente e, logo em seguida, miraria e atacaria fogo contra o verdadeiro autor do crime hediondo. Mas eu estava redondamente enganado. Ela simplesmente sorriu, e começou a se sentar como se nada tivesse acontecido.
   Um ardor subiu em mim. Eu simplesmente não podia aceitar aquele grotesco descaso.
   - PEDE DESCULPAS!!!!! - gritei, me sentido injustiçado.
   - Vai se ferrar. Eu não vou pedir desculpas - ela rebateu, se levantando de novo.
   - PEDE DESCULPAS - repeti.
   - Vai tomar no cu.
   - Você é uma trouxa. Tá errada é não....
   Nós ficamos discutindo por mais alguns segundos - esses em que eu também não lembro tudo o que foi dito.- Todos simplesmente observavam. Até que ela expôs, em um tom bem desdenhado a seguinte frase:
   - Você nem sabe beijar moleque. A Luana já me contou.
   Eu simplesmente não consegui rebater. Em partes era verdade. Não calma,  se eu sabia ou não beijar eu não posso confirmar, mas o relato da Nariz de Michael Jackson, alegando que a Luana havia lhe contado que eu não sabia beijar era verdadeiro. Eu havia ficando com ela algumas vezes na 7° série e depois desse terrível erro, ouvi rumores de que a vaca havia falado que eu não sabia beijar.
   Eu simplesmente me calei. Não consegui  pensar em nada para agredi-la verbalmente. Eu podeira falar do nariz defeituoso dela, da magreza quase desnutrida ou do cabelo crespo e escroto, mas minha voz não saiu. Além disso foi até melhor mesmo não ter articulado nada, pois assim eu teria demostrado ainda mais o meu abalo mental.
   Ela, percebendo que venceu o round, sorriu malignamente e se sentou. Eu, humilhado, me calei. E o restante dos alunos, que eu jurava que iriam zombar e caçoar da minha triste situação, não fizeram nada. Acho que sentiram pena de mim, e não quiseram me humilhar ainda mais.


Morais da história: Hoje eu já sei beijar. Não sou mais tão feio como antigamente. E esses dias eu revi a Nariz de Michael Jackson e ela, fisicamente, continua escrota.

   

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Para os meus parentes


   Eu sempre fui reservado. Nunca gostei de me exibir, fazer parecer que a minha vida é uma festa e reportar para todos tudo o que acontece comigo. Essa particularidade faz parte da minha essência. Sou discreto, porque acho que devo levar a minha vida assim, sem estrelatos. Mas quando eu criei o blog, de certa forma, rasguei o contrato que tinha com esse fato. Eu decidi expor, e ainda exponho, a minha vida, mesmo sabendo que poderia ser alvo da temida atenção, que consequentemente me  transportaria para o palco das concepções alheias.
   Cada texto aqui, representa fragmentos da minha vida. Dos meus momentos. Do meu eu. Cada palavra, virgula e ponto é minunciosamente escolhido - embora, em certas publicações, eu as coloque ou as escreva erradas. Mas não por burrice e sim por falta de atenção mesmo. - E assim um sentido é criado. Uma proposta que, infelizmente, é compreendida de uma forma equivocada e distorcida por certos leitores.
   Fiquei sabendo que certos parentes, a partir da leitura do meu blog, moldaram um quadro clínico ao meu respeito. Distorceram os meus relatos e, por serem constituídos de uma enaltecida  formação cultural - estou sendo irônico - me diagnosticaram com depressão. E, como na minha família fofoca é como uma praga, que se alastra aos quatro cantos do mundo, fiquei sabendo e imagino que, antes mesmo desse vírus me adoentar, boa parte dos meus familiares  já estavam infectados.
   Não os culpo, porque opiniões e exatamente o que posto aqui, e consequentemente transcenderão  outras. Mas não modifiquem ou interpretei mal o sentido dos meus textos. Antes de formarei suas conclusões leiam e entendam o que estou escrevendo.
   Não é que eu não goste dos meus familiares. Mas as parentelas que respeito e aprecio só recomendo que: " Guardei suas conclusões sobre mim para vocês. Tudo bem, existe a possibilidade de vocês estarei preocupados comigo. - bem minha mãe e irmãs estavam, e, pelo relatório infundado de vocês, até vieram conversar comigo. - Eu agradeço por tamanha honra - dessa vez fui parcialmente irônico -, mas recuso seus auxílios."
    

   Ps1: Só pra constar eu não estou sofrendo depressão. Não nego que ultimamente estou mais triste do que o normal, mas não estou com problemas mentais. Fiquem despreocupados, e continuem a viver, ok - essa última parte  eu fui totalmente irônico.


   Ps2: Caso algum parente esteja lendo, faça o favor, a gentileza, a bondade, de contaminar os outros.


   Ps3: Se escreve Garagem ou Garage??????
   

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Aperte o Play Vol. 01

 
   Gosto é algo que não se discute, principalmente quando o mesmo, está relacionado a música. Quem sou eu para julgar determinada letra, ritmo ou melodia. Cada um escuta aquilo que achar mais conveniente, mesmo que a canção fale apenas de putaria, orgias ou drogas - eu não estou falando do Funk em. Imagina.
   Música é algo muito ligada à minha vida. Não consigo nem imaginar como seria o meu cotidiano sem ela. Então, como forma de respeito- e também porque ultimamente nenhuma inspiração me bateu para escrever aqui - decidi escolher, aleatoriamente, algumas músicas armazenadas no meu celular- que por sinal vem ser um Galaxy.- Se você nutri um gosto musical parecido com o meu, tenho certeza que os minutos passados aqui no blog, serão repletos de nostalgia, reflexões e excitações. Se você não gostar de nenhuma, provavelmente você gosta de músicas que obtenham tcha tcha, bara bara ou novinha, sei lá. Eu te respeito completamente, mas sinto pena, muita pena dos seus tímpanos.




                                        Elvis Presley: Jailhouse Rock

 


Thirty Seconds To Mars: Conquistador




Lana Del Rey: Body Electric

 


Owl City: Fireflies