segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A imbecilidade humana



    Eu presenciei uma cena na faculdade que preciso relatar e colocar a minha concepção sobre o mesmo. Esse blog foi criado exatamente para isso, para divulgar a minha opinião, distorcida e estereotipada algumas vezes, mas que é, em geral, o que penso. Mas vamos ao que interessa.
    Eu estava em sala de aula - estudo Jogos Digitais. - Um, dos nerds  ali reunidos, acabou dormindo e, pelo jeito torto e desajeitado que estava, seu sono era realmente profundo. A professora não percebeu ou não se importou, pois só depois de vários minutos que pediu que despertassem o dorminhoco.
   Mas dentro desse tempo, alguns... vou me abster para não xingar ninguém... Alguns "estudantes" decidiram marcar, com caneta bastão, o aluno que estava dormindo. Desenharam algo no braço e na nunca do rapaz. Queriam riscar no rosto também, mas ficou apenas na ameaça. O estudante que estava dormindo e que foi "pichado" nem notou a palhaçada feita. Aliás, ele nem faz parte da turma. Ele ficou em DP na disciplina e por isso precisa refazê-la. E os filhos d... que dizer, os "estudantes" nem conhecem o pobre. Não nutrem nenhuma intimidade com ele.
   Depois do resumo da cena, muitos de vocês podem achá-la normal, que não passou de uma brincadeira ou até mesmo que foi uma descontração estudantil. Mas eu achei a situação simplesmente ridícula, desrespeitosa e infantil - se bem que até as crianças teriam desenhando melhor no braço e na nunca do cara. - Como eu já mencionei, os "estudantes" não tinham nenhum vínculo de amizade ou intimidade com o Soneca - entenderam? Soneca. Branca de Neve... enfim. - O Soneca,  poderia ter levado na esportiva a brincadeira estúpida ou poderia ter achado uma violação  - ele, quando acordou, mesmo envolta de risadas, não percebeu as novas tatuagens. - Se ele fosse amigo dos "estudantes"  é claro que teria sido divertido e engraçado. Eu teria rido junto. Mas não foi o caso. O Soneca não conhecia nenhum dos seus tatuadores idiotas - saiu sem querer.
   Eu sempre achei que com o tempo as pessoas gradativamente amadurecem. Amadurecer não é ser uma pessoa séria, chata e careta. Não mesmo. Amadurecer é se tornar uma pessoa com responsabilidades e virtudes socialmente melhores, sem perder a essência e naturalidade que cada um tem, independente de ser jovem ou velho. Ok, tudo bem, a minha classe é constituída, pela boa parte, por jovens, que, assim como eu, ainda tem muito o que aprender. Mas, na minha concepção, a juventude não é a única culpada pela imaturidade. A falta de sensibilidade, o egoismo e a sede por atenção - sim, porque que faz isso quer ser legal e ter olhares da galera - também são culpados pela idiotice alheia.
   Eu tenho consciência que a cena vista por mim não foi algo extremamente chocante. Acho que o Soneca não vai ficar traumatizado por isso. Mas são essas situações, com mais ou menos magnitude, que acentuam e potencializam a imbecilidade humana.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Os sintomas



 Começa pelo acaso, sem nenhum aviso prévio. É um sorriso inocente ali, uma palavra melindrosa aqui e quando menos se espera uma única imagem impregna-se na mente. De repente o coração começa a palpitar mais forte, a voz começa a sair mais suave e a vida parece ser mais bonita. As pernas tremem ao estar presente com a magnificência. A boca fica seca e arrepios constantes transcorrem pelo corpo. Uma vontade quase insaciável e descontrolável de respirar o mesmo ar alheio surge na mais profunda colisão. E. por fim, você está totalmente hipnotizado, sem nenhum controle racional.
   Se você está com esses sintomas, lamento informar, mas você está apaixonado.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Degrau por degrau

 


   Há alguns dias eu percebi algo que me causou uma série de questionamentos. Eu notei que toda vez que vou subir escadas eu pulo um degrau. Ao invés de subir calmamente degrau por degrau eu tomo dois de cada vez. Este hábito, costume ou perspectiva de chegar no ápice também se aplica na minha vida. Tudo, ou quase tudo que vou fazer, aprender ou buscar, costumo visualizar apenas o final e não o percurso que terei que percorrer para chegar ao meu objetivo e, fascinado com o o que me espera, acabo esquecendo o caminho.
   Como acabei de mencionar eu sempre pulo um degrau quando vou subir escadas. Por um lado isso é bom pois chego rapidamente no alto. Mas por outro, quando alcanço o pico  provavelmente estarei cansado  e, infelizmente, terei pulado degraus que poderiam ter sido úteis. Claro que essa metáfora que idealizei não se enquadra no fator de subir, literalmente, degraus. Cada um sobe e desce escadas do jeito que quiser. Estou dizendo, em outras palavras, que a vida é feita de níveis e todos, sem exceções, são importantes para o ciclo.
   Pra quem não sabe eu comecei a estudar em uma faculdade pública - sinal que sou inteligente. - Lá, como em qualquer outro lugar que haja a necessidade de convívio constante, me deparo com uma infinidade de pessoas. Todas, é claro, nutrem  objetivos, valores e virtudes e agem da forma que julgam natural. Eu, no meio desse mar de diferenças, percebo o quanto estou aquém. Não por todos, pois percebo que alguns são tão frágeis quanto eu. Mas noto, pela boa parte, que eles estão mais preparados e instruídos do que eu em vários níveis e não apenas acadêmicos.
   Já mencionei aqui algumas vezes o meu complexo de inferioridade - o que explica muito a minha personalidade. - Mas digo, com quase certeza, que essa síndrome não tem nada a ver com o que acabei de dizer... Talvez um pouco vai.
   Mas a questão é que não estou preparado para essa nova etapa. Me sinto o adolescente feio, espinhoso, escroto, sem autoestima e frustrado que já fui. Talvez se não tivesse pulado, ou melhor, fugido de alguns degraus, neste momento estaria pronto para suportar o que a vida me reservou. Não tenho como fugir pois como mencionei estudo em instituição pública - sinal que sou inteligente, e estou repetindo propositadamente a afirmação - e não vou deixar uma oportunidade de tamanha magnitude fugir por causa dos meus conflitos internos. Não mesmo.
   O máximo que posso fazer agora é subir a grande e cansativa escada à minha frente degrau por degrau.