sexta-feira, 25 de abril de 2014

A arte do foda-se

 

Eu gasto uma grande quantidade de tempo tentando me entender. Mentira, eu não gasto uma grande quantidade de tempo tentando me entender, mas gasto uma grande quantidade de tempo nas minhas frustrações, nos meus devaneios e em minúcias. Aliás, eu gosto muito da palavra "minúcia". Não por gostar do seu significado e sim porque ela define muita coisa pra mim. Se você ficou com preguiça de jogar no Google, minúcia significa algo insignificante, ninharia, com pouco ou nenhum valor, que se aplica perfeitamente na questão de se importar com coisas fúteis, basicamente sem nenhuma utilidade.
Infelizmente eu sou assim, me apego, me entrelaço, me amarro com minúcias e por isso, muitas vezes,mais muitas vezes mesmo, me machuco, me frustro, me decepciono por bobagens, por minúcias.
Eu tenho um grande defeito, além desse de ser familiarizado com minúcias. Eu tenho complexo de inferioridade, mas sou narcisista. Eu sei, é difícil de entender, mas vou explicar. Eu sou um cara extremamente vaidoso, egocêntrico, vaidoso, um pouco arrogante e vaidoso. Mas eu só sou assim,vaidoso, porque me sinto inferior, em vários aspectos, e também por não me sentir capaz. E por causa desse complexo, várias outras questões, várias minúcias, me atingem.
Há alguns dias - aliás, há algumas semanas, pois fiz esse texto faz um tempo, mas só agora consegui publicá-lo - eu estava voltando da faculdade com alguns colegas da minha classe. No metrô, quando chegou em uma determinada estação, parte do grupo desceu e outra, sendo que eu estava nessa, continuou no vagão. Mas alguns, dos que desembarcaram, não se despediram de mim. Enquanto os que continuaram no vagão foram cumprimentados pelos que desceram, eu, apenas eu, não. Fui ignorado, excluído, rejeitado.
Eu fiquei com essa cena martelando na minha cabeça. Fiquei tentando achar alguma resposta na gama das possibilidades; Talvez os que não se despediram de mim não me viram, já que estava cheio a composição e na hora de descer precisaram sair depressa. Talvez  não perceberam a indelicadeza cometida. Pode ser também que não gostam de mim, que não se importam. Enfim, existem centenas de opções e poderia ficar aqui por muito tempo as escrevendo.
Pra mim o fato dessa simples cena me prejudicar se torna uma minúcia, pois o que importa o motivo pelo qual eu não fui cumprimentado? Isso acontece com qualquer um e tenho quase certeza que não foi de propósito. Mas fiquei com esse peso até encontrar uma resposta. Sim, isso mesmo, eu consegui achar uma solução prática e rápida para essa minúcia. Por fim, encontrei uma refutação satisfatória. Sabem qual???????????? Foda-se. Isso mesmo, foda-se, foda-se, foda,se e foda-se. Calma, não estou mandando vocês ou eles se foderem. Foda-se é a minha incontestável resposta para a minúcia. Foda-se. Pra que ficar com cabelos brancos e gastar energia pensando nisso ou até mesmo em qualquer outra futilidade se posso simplesmente dizer um foda-se, dane-se ou vai toma no cu? Às vezes não precisamos entender a minúcia e  sim tratá-la como o que ela é. É libertador, sério mesmo, mandar se fuder um empecilho e ignorá-lo ao invés de ficar em consumição.
Aliás, lendo agora essas últimas linhas, percebo o quão burro e idiota eu estava sendo todo esse tempo, todos esses anos, porque tinha a solução de vários problemas nos meus lábios. A arte do foda-se é incrível, simplesmente incrível.

2 comentários:

  1. Olá amigo Daniel.
    Boa noite
    Ligue o foda-se para este tipo de gente mesmo.
    “Eu faço o mesmo, se tenta me ignorar, melhor para mim, pois não tenho paciência para checar se estou sendo permitida a estarem entre os melhores” em o meio quais vivem.
    Excelente texto poderia escrever muito mais, mas seriam só adjetivos te elogiando e não sou de puxar saco, já disse que gostei...
    Realmente amei o que escreveste, tem algo de mim em suas expressões às quais eu me vi nelas e estou sendo repetitiva nos deslize ao dizer que não ia te elogiar...
    Um grande abraço, desejando a te um maravilhoso final de semana.
    ClaraSol

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    1. Muito Obrigado Clara. Seu comentário reforçou a minha opinião. Muito obrigado mesmo.

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