sexta-feira, 27 de julho de 2012

Fotografo ou maníaco psicopata ?

 
    Um dia quando eu estava a caminho do meu antigo trabalho - pra quem não sabe, já trabalhei por um ano, como aprendiz, no Pão de açúcar, lugar de gente INFELIZ - um cara dentro de um carro me abordou do nada. Ele me chamou para a janela do carro e perguntou se eu não era irmão de um tal Lucas Osmar.
    Eu como não tenho Irmão fiquei surpreso com a pergunta. Pensei que ele pediria alguma informação sobre ruas, ou locais, mas logo respondi que não.
    Ouvindo a minha resposta ele disse que estava perguntando, por quê no dia anterior, ele tinha tirado fotos desse tal Lucas Osmar,  e que ele se parecia muito comigo
    A partir daí eu fiquei sem entender o que estava acontecendo. Pensei que chegaria no meu trabalho, quer dizer, no meu maldito antigo trabalho, numa boa. Ouvindo o que ele disse, tirei os fones de ouvindo e disse apenas: "Hum entendi", sem realmente entender.
    Logo em seguida ele perguntou  aonde eu trabalhava e que horas começava e terminava minha jornada.
    Por algum motivo desconhecido, eu lhe respondi com respostas verdadeiras. Eu, por natureza própria, sou muito desconfiado, mas sem pensar ou por não ver maldade, entreguei algumas informações sobre o meu cotidiano.
    Nesse exato momento o semáforo abriu, e ele precisou acelerar o carro para fazer o pequeno trânsito daquela rua - que não me recordo o nome, mas que ficar perto da Oscar Freire, rua que passei 12 meses, exatos 12 meses, indo, para prestar o meu trabalho naquela maldita loja do Pão de açúcar - fluir. Só que ele virou o carro para a rua da direita, que por coincidência ou não, era a rua que eu precisaria entrar.
    Quando virei a rua, percebi que o  recém conhecido, tinha estacionado o carro na frete de um prédio e quando estava passado ele retornou a me chamar. Quando me aproximei mais uma vez na janela do carro, ele  disse que tinha me abordado porque  estava indo fazer umas fotos para uma revista italiana de moda e que queria fazer uma sessão das mesmas, comigo. 
    Ouvindo isso, fiquei surpreso mas ao mesmo tempo apreensivo. Por quê um suposto fotografo iria justamente me abordar para fazer umas fotos para uma revista italiana? Eu sei que existe os tal olheiros mas mesmo assim é algo que você não espera que aconteça.
    Quando eu iria responder, ele me perguntou a minha  idade, altura e peso, e perguntou novamente a minha jornada de trabalho. 
     Eu, mais uma vez, respondi
     Então ele perguntou se eu não poderia ir lá no estúdio fazer as fotos. Articulou com convicção que seria rápido e que poderia confiar nele. 
     Nesse exato momento, percebi que tinha duas escolhas que poderia trilhar; Eu poderia entrar no carro - que por sinal era um C3 - de um estranho com a promessa de algo que não poderia acontecer, ou poderia recusar o convite e ter mais um dia normal na minha vida.
    Por mais tentador que poderia ser a proposta eu nunca iria entrar no carro de um estranho, ainda mais, ir para um lugar que eu não sabia, por isso recusei o convite. Não nego que fiquei pensativo na hora, mas seria, no minimo, burrice ter decidido ir com ele.
    Depois desse pequeno acontecimento da minha vida que  acabei de relatar, finalmente chegamos ao ponto em questão, ao ponto que quero chegar. Essa pequena história da minha vida  se baseia unicamente em escolhas. Sim, escolhas. O meu futuro foi feito através daquela e mil outras escolhas que já fiz na minha vida.  Talvez, naquela determinada situação, eu tenha feito a escolha certa; Quem garante que aquele homem seria, de fato, um fotografo? Ele poderia muito bem ser um maníaco psicopata que sai pelas ruas procurando pessoas para fazer o que sua doente mente ordenasse. Ou talvez eu tenha feita a escolha errada; Ele realmente poderia trabalhar nesse ramo, e por seus motivos, achou o meu perfil adequando ao trabalho que estava fazendo e por não ter aceitado ao convite dele, tenha perdido uma das melhores oportunidades da minha vida.
    Não estou dizendo que me arrependo da minha decisão naquele momento, mas nunca vou poder ter a absoluta certeza que o que decide foi o melhor pra mim - mas com certeza foi o mais seguro.
    Todas as escolhas quando são feitas, por mais que sejam decididas sem intenção, tomam um caminho que, muitas vezes, não tem volta. Consequências ganham pinceladas através das nossas inúmeras e cotidianas escolhas. Elas são os alimentos da vida.


   

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