Quem diria que uma pequena, indolor e quase inofensiva bolinha de papel, seria causadora de uma das maiores humilhações públicas que já passei. Estava com 14 anos e na 8º série. A minha auto estima estava lá embaixo por causa da minha aparência largada, e esquisita que era acentuada por dezenas de espinhas, profundas olheiras e dentes tortos. Os hormônios borbulhavam como qualquer adolescente.
Eu estava em sala de aula e, um colega daquela época, teve a infeliz ideia de jogar uma bolinha de papel na Nariz de Michael Jackson - aos novos leitores, a Nariz de Michael Jackson, que recebeu essa identificação exclusivamente por mim, era uma estudante, chata, ridícula e estupida que praticava ocasionalmente bullying contra mim.- Ela, ao sentir o impacto, imediatamente se levantou, tentando identificar quem jogou uma miserável bolinha de papel na sua cabeça oca. Por razões do destino, naquela hora eu estava com uma na mão.
- Taca na sua mãe pra vê se ela gosta!!! - ela falou em alto e muito bom som, olhando diretamente pra mim.
- Tá louca. Não fui eu que joguei em você - me defendi, percebendo que a sala foi dominada por um silêncio e começando a entender o porquê dela pensar que havia sido eu, o criminoso por jogar um objeto tão pesado e ameaçador.
- Foi você sim , seu filho da.... - como já faz muito tempo, eu realmente não lembro de tudo o que ela me disse, embora minha moral, em todos os seus aspectos, tenha sido manchada.
Depois de alguns instantes, esse tal colega finamente decidiu confessar o crime.
-Não foi o Daniel que jogou em você a bolinha de papel. Fui eu.
Eu jurava que ela iria me pedir desculpas imediatamente e, logo em seguida, miraria e atacaria fogo contra o verdadeiro autor do crime hediondo. Mas eu estava redondamente enganado. Ela simplesmente sorriu, e começou a se sentar como se nada tivesse acontecido.
Um ardor subiu em mim. Eu simplesmente não podia aceitar aquele grotesco descaso.
- PEDE DESCULPAS!!!!! - gritei, me sentido injustiçado.
- Vai se ferrar. Eu não vou pedir desculpas - ela rebateu, se levantando de novo.
- PEDE DESCULPAS - repeti.
- Vai tomar no cu.
- Você é uma trouxa. Tá errada é não....
Nós ficamos discutindo por mais alguns segundos - esses em que eu também não lembro tudo o que foi dito.- Todos simplesmente observavam. Até que ela expôs, em um tom bem desdenhado a seguinte frase:
- Você nem sabe beijar moleque. A Luana já me contou.
Eu simplesmente não consegui rebater. Em partes era verdade. Não calma, se eu sabia ou não beijar eu não posso confirmar, mas o relato da Nariz de Michael Jackson, alegando que a Luana havia lhe contado que eu não sabia beijar era verdadeiro. Eu havia ficando com ela algumas vezes na 7° série e depois desse terrível erro, ouvi rumores de que a vaca havia falado que eu não sabia beijar.
Eu simplesmente me calei. Não consegui pensar em nada para agredi-la verbalmente. Eu podeira falar do nariz defeituoso dela, da magreza quase desnutrida ou do cabelo crespo e escroto, mas minha voz não saiu. Além disso foi até melhor mesmo não ter articulado nada, pois assim eu teria demostrado ainda mais o meu abalo mental.
Ela, percebendo que venceu o round, sorriu malignamente e se sentou. Eu, humilhado, me calei. E o restante dos alunos, que eu jurava que iriam zombar e caçoar da minha triste situação, não fizeram nada. Acho que sentiram pena de mim, e não quiseram me humilhar ainda mais.
Morais da história: Hoje eu já sei beijar. Não sou mais tão feio como antigamente. E esses dias eu revi a Nariz de Michael Jackson e ela, fisicamente, continua escrota.
- Você é uma trouxa. Tá errada é não....
Nós ficamos discutindo por mais alguns segundos - esses em que eu também não lembro tudo o que foi dito.- Todos simplesmente observavam. Até que ela expôs, em um tom bem desdenhado a seguinte frase:
- Você nem sabe beijar moleque. A Luana já me contou.
Eu simplesmente não consegui rebater. Em partes era verdade. Não calma, se eu sabia ou não beijar eu não posso confirmar, mas o relato da Nariz de Michael Jackson, alegando que a Luana havia lhe contado que eu não sabia beijar era verdadeiro. Eu havia ficando com ela algumas vezes na 7° série e depois desse terrível erro, ouvi rumores de que a vaca havia falado que eu não sabia beijar.
Eu simplesmente me calei. Não consegui pensar em nada para agredi-la verbalmente. Eu podeira falar do nariz defeituoso dela, da magreza quase desnutrida ou do cabelo crespo e escroto, mas minha voz não saiu. Além disso foi até melhor mesmo não ter articulado nada, pois assim eu teria demostrado ainda mais o meu abalo mental.
Ela, percebendo que venceu o round, sorriu malignamente e se sentou. Eu, humilhado, me calei. E o restante dos alunos, que eu jurava que iriam zombar e caçoar da minha triste situação, não fizeram nada. Acho que sentiram pena de mim, e não quiseram me humilhar ainda mais.
Morais da história: Hoje eu já sei beijar. Não sou mais tão feio como antigamente. E esses dias eu revi a Nariz de Michael Jackson e ela, fisicamente, continua escrota.
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